TMNT begins
“Teen Mutant Ninja Turtles”, ou simplesmente TMNT, é o nome que os americanos e os fãs mais radicais espalhados pelo mundo usam para se referir a franquia conhecida pelos mais leigos simplesmente como “Tartarugas Ninja”. Um enorme sucesso na transição dos anos 1980 para os 1990, o grupo super-heróico de tartarugas adolescentes modificadas geneticamente e batizadas com nomes de pintores do Renascimento foi protagonista de uma série de TV em animação que durou uma dezena de temporadas, além de uma trinca de filmes para cinema que viraram freqüentadores assíduos da Sessão da Tarde até pouco tempo atrás. Um tanto esquecidas no novo século, as tartarugas amantes de pizza retornaram a todo o vapor em 2007 com a super-produzida animação digital “Tartarugas Ninja – O Retorno”, produção que garantiu a Weinstein Company ao menos uns poucos dólares em um ano turbulento. O filme comandado pelo estreante Kevin Munroe e dublado por gente de categoria como Laurence Fishburne (“Matrix”) e Patrick Stewart (“X-Men”), não demorou para render seus frutos na terra do aproveitamento total que é Hollywood. Enquanto a repentina popularidade não passa, a capital do cinema deve aproveitar a oportunidade para capitalizar em cima dos fãs ao produzir uma nova versão live-action (assim como a trilogia dos anos 1990) protagonizada pelo quarteto de super-heróis. Kevin Eastman, que entre outras manias oitentistas ajudou a criar a série original, já declarou em seu fórum virtual que está animado com a possiblidade de um enredo reinventando (outra vez) a origem do grupo. Nas mãos da Warner Bros, o filme pode ser “um retorno às origens e uma chance de introduzir novamente o Destruidor, entre outros detalhes” segundo Eastman. Outro co-criador da série que se pronunciou sobre o novo filme foi Peter Laird, que causou estranhamento aos fãs ao declarar que a produção está sendo influenciada pelo clima de “Batman Begins”. Segundo ele, “apenas contar o que aconteceu no primeiro número da revista em quadrinhos dos personagens resultaria em um filme muito curto, portanto acredito que outras tramas da série devem aparecer”. A idéia de ver atores vestindo roupas de tartarugas ainda não agrada, mas quem sabe a tecnologia infinita de Hollywood não dá um jeito? É esperar 2011 para ver.
Trash duas vezes
Em 1978, faziam apenas três anos que Steven Spielberg havia se tornado tudo o que conhecemos hoje com o sucesso estrondoso de “Tubarão”. Aventuras sobre peixes assassinos nunca foram exatamente o forte de Hollywood, mas como toda moda está aí para ser aproveitada, um novato Joe Dante (“Gremlins”) se valeu da premissa para surgir para o mundo com seu trash assumido e divertido no cult-clássico “Piranha”, de título auto-explicativo. Feito com menos de 1 milhão de dólares, o longa era o exagero em forma de imagem, não apresentando nenhuma justificativa plausíveis para as piranhas super-desenvolvidas que atacavam os hóspedes de um hotel em suas corredeiras particulares. Tudo desculpa para uma aula de cinema de terror trash e 90 minutos de puro massacre em águas turvas. Como era de praxe na década de 1980 (e anda mais raro nos últimos tempos, ainda bem), o filme ganhou uma continuação picareta logo no ano seguinte, que chamou a atenção por ser o primeiro trabalho do ainda desconhecido James Cameron (“Exterminador do Futuro”) na direção. Um quarto de século e um remake televisivo que passou em branco depois, as piranhas assassinas ressuscitaram para a capital do cinema ante a moda do 3D que abriu o espaço como nunca para filmes de monstros atraírem a platéia como um ímã. A bem da verdade, a refilmagem de remake está sendo comentada nos círculos cinéfilos desde 2005, quando Chuck Russell (“O Máskara”) era o responsável pelo novo roteiro. Na visão dele, a nova epidemia de ataques marinhos seria causada por um terremoto que abre caminho para piranhas pré-históricas saírem de uma cratera milenar e aterrorizar a população. Não por acaso, ele ficou no cargo só até 2007, quando o diretor Alexandre Aja (“Espelhos do Medo”) embarcou no projeto e exigiu que o roteiro passasse por uma reestruturação, o que acabou o conduzindo as mãos do próprio ao lado de Josh Stolberg (“Maldita Sorte”) e Pete Goldfinger (“Avatar”). Com as filmagens atrasadas e já com a tecnologia 3D agregada a sua produção, “Piranha 3D” (Hollywood não perde mesmo essa mania) ganhou um elenco surpreendente para uma série que sempre teve desconhecidos atuando. Elizabeth Shue (“O Homem Sem Sombra”) protagoniza ao lado de Adam Scott (“Quase Irmãos”), e dos experientes Ving Rhames (“Missão: Impossível III”) e Richard Dreyfuss (“Poseidon”). A refilmagem deve chegar aos cinemas em 19/03/2010.
Irmão poderoso
Tony Scott pode não ter a sombra do prestígio do qual o irmão mais velho desfruta, mas isso não o impede de sair na vantagem de quando em quando. Quieto em seu canto desde que não fez mais do que o de sempre em “Déja Vu”, Tony pode retornar em grande estilo no que pode ser a aventura mais explosiva e ousada dos últimos tempos. Tudo isso enquanto o irmão anda com problemas para colocar na agulha sua versão do mito de “Robin Hood” ao lado do parceiro Russell Crowe (“Uma Mente Brilhante”). Em comum, ao menos, os dois tem associados de altíssimo nível. Se Ridley tem o ator mais rigoroso e perfeccionista do nosso tempo, Tony tem Denzel Washington (“Dia de Treinamento”), que não passa longe da mesma definição. Se o ator realmente embarcar no thriller “Unstoppable”, o que soa como incrivelmente provável, seria o quinto filme tocado pela dupla, que se mostrou eficiente em “Maré Vermelha” e “Chamas da Vingança”, mesmo que tenha escorregado no final do segundo tempo com o recente “Déja Vu”. Ainda assim, é de se confiar em um diretor de ação incrível e um ator tão talentoso unidos para contar a explosiva história da tentativa de dois homens comuns em impedir um vagão sem direção a provocar um dano material e humano sem precedentes. O tal veículo carrega uma carga tóxica tão grande que, caso derramada em um provável descarrilamento, pode dizimar uma cidade do tamanho de Nova York. E não é que o sempre contundente Mark Bomback (“Duro de Matar 4.0”) teve a audácia de localizar a ameaça na Grande Maçã? Não é pouco se pensarmos que o mundo americano ainda vive a sombra e a lembrança do 11 de Setembro, o que abre espaço para uma trama tão simplista significar bem mais do que pretende ou poderia pretender. O primeiro convocado pela 20th Fox para dirigir o projeto foi Martin Campbell (“007 – Cassino Royale”), que pulou fora para se envolver com uma dezena de outros projetos, incluindo o esperado “Edge of Darkness”. Depois de finalizar o polêmico remake “The Taking of Pelham 123”, sobre o assalto a um metrô protagonizado pelo próprio Washington ao lado de John Travolta (“Hairspray”), Scott tratou de fazer o projeto engatar uma marcha mais veloz para chegar aos cinemas entre o fim desse ano e o começo de 2010. Ao que parece, o astro confia em seu comandante. Sempre bom sinal.
Princípio do punk
Se tivesse se tornado esportista, cantor de algum gênero popular ou escritor, a história de Ian Dury seria hoje uma daquelas que são lembradas como exemplos de vida e superação. Seu nome seria exaltado nos documentários baratos que pipocam por aí sobre pessoas que foram além de alguma limitação para se tornarem algo inacreditável ou extraordinário. Mas ele preferiu seguir um caminho mais obscuro e se tornou uma lenda por ser um dos pioneiros do movimento punk que nos acompanha até hoje em uma variedade grande de bandas entre 1971 e 2000, quando faleceu aos 57 anos. Alternativo, polêmico, super-ativo, Ian Dury hoje é um nome que passa em branco pela maioria das pessoas. Ou pelo menos até “Sex & Drugs & Rock & Roll”, sua cinebiografia, chegar aos cinemas em meio a onda causada pelo sucesso inesperado do independente “Control”, sobre outra figura fascinante que não se encaixava no mainstream, Ian Curtis, líder da banda Joy Division. Depois do filme dirigido pelo novato holandês Anton Corbijn faturar bem mais do que se esperava, foram anunciados filmes baseados na vida de figuras como Kurt Cobain e John Lennon, que aliás já foi tema de pelo menos uma dezena de filmes. Ian Durys é o patinho feio desse trio, mas suas história pode surpreender. Nascido em 1942 em alguma pequena cidade inglesa, Ian Robbins Dury contraiu a paralisia infantil, ou pólio, aos sete anos, em 1949. Ele passou mais de três anos internado com graves infecções e total falta de movimentos nas pernas. Ensinado pelo irascível ambiente do lar para crianças desabilitadas onde passou toda sua infância, Dury se tornou uma pessoa determinada, focada e extremamente criativa. Fez apenas quatro anos da escola convencional antes de entrar para um prestigiado colégio de artes britânico, onde eventualmente se tornou professor. Com os movimentos limitados, Dury fez teatro, apresentações performáticas que eram consideráveis impossíveis para sua condição e encontrou realização na música quando ainda explodia o rock progressivo, formando o Kilburn and the High-Roads, banda de pouco sucesso que não passou do primeiro álbum. O The Blockheads, banda que rendeu-lhe o cargo de fundador do punk, foi em mais longe com suas letras espertas (a maioria do próprio Bury) e som pesado e independente que caracterizou o movimento. Dury não foi derrotado por suas limitações, mas por um câncer que o matou em 2000. Oito anos depois, seu filme ganha elenco estrelado que conta com Andy Serkis (“Coração de Tinta”), Naomie Harris (“Extermínio”) e Ray Winstone (“Indiana Jones e O Reino das Caveiras de Cristal”), que tem título inspirado no maior sucesso de sua carreira solo, que veio a se tornar o lema de qualquer punk que se preze.
Bom, pessoal, e por hoje é só isso mesmo… estou tentando estabelecer uma rotina, mas está meio difícil… acabei de perceber que ando bem atrasado com as notícias, mas aos poucos a gente vai ficando informado juntos, certo? Espero vocês sempre por aqui, sempre apreciando o cinema. Bom, como vocês já devem ter notado aí na coluna do lado: O Filme-Pipoca agora tem comunidade no Orkut! O link para quem não viu é esse aqui: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=87626813. Espero vocês por lá também. Os melhores filmes para todos vocês sempre e até mais!