Vilões em foco
Não é fácil interpretar as coisas em Hollywood. Por exemplo, o que dizer de um roteiro que roda a terra do cinema a procura de um estúdio anos a fio, é deixado na gaveta e ressuscitado de uma hora para a outra por uma major como a Warner Bros.? A história nos mostra que pode ser tanto sinal de um material fraco (“Os Reis da Rua”) quanto de potencial revolucionário demais (“Hancock”). Uma das duas coisas está acontecendo com “Suicide Squad”, adaptação da série em quadrinhos underground da DC que começou a ser publicada há exatas cinco décadas, em 1959. Com um ren ovador foco em um grupo de vilões, formado por um ex-presidiário e seis outros sujeitos que ele conheceu através de um grupo de ajuda a suicidas. Eles planejam roubar uma corrida de cavalos da forma mais violenta que puderem encontrar. O estudo, espécie de “Watchmen” dos super-vilões, promete ser interessante, mas é difícil dizer com tantas mudanças de diretrizes que aconteceram desde 2004, quando o comediante de palco Christopher Dean Johnston entregou o primeiro tratamento para a Working Title Films (“Queime Depois de Ler”). A produção foi engavetada, mas ressuscitou recentemente na Universal, onde o script recebeu a revisão dos estreantes Matt & Billy Eddy e passaram de comédia de ação para aventura dramática com toques irônicos, a ser comandada pelo inusitado nome de Seth Gordon (“Surpresas do Amor”). O diretor sobreviveu na função, mas além de roteirista o projeto mudou ainda de estúdio, agora sob a tutela da Warner e reescrito uma vez mais pelo mais adrenalinesco Justin Marks (“Street Fighter: The Legend of Chun-Li”). É esperar para ver o resultado de uma equação tão complexa.
A Sessão da Tarde do futuro... direto do passado
A confusão do título é digna dos paradoxos temporais mais intrigantes da terra do cinema, mas a situação na verdade nem é tão difícil de explicar. Um dos clássicos mais infelizmente esquecidos da Sessão da Tarde, a fantasia alemã e sucesso-supresa dos anos 80 “A História Sem Fim” marcou tanta presença nas sessões vespertinas e na infância de tanta gente que, é claro, não poderia ficar de fora do intenso revival oitentista que Hollywood tem marcado para os próximos anos. A nova adaptação da densa novela de Michael Ende veio para engrossar uma série de filmes revivendo a magia familiar dos grandes filmes de duas décadas atrás, um grupo que já inclui filmes tão esperados quanto “Tron 2.0”, “Os Caça-Fantasmas III” e “Esquadrão Classe A”. O projeto ainda está em fase de negociações entre a Appian Way, produtora do astro Leonardo DiCaprio e nome por trás do recente “O Curioso Caso de Benjamin Button” e a Warner Bros., detentora dos direitos sobre o material de origem e os filmes já feitos, integrantes de uma trilogia bastante criticada por deixar muitos detalhes da novela de fora. O plano é reparar os erros que começaram já no filme original, carta de entrada de Wolfgang Petersen (“Poseidon”) na terra do cinema. O filme, lançado em 1984, teve duas continuações em 1990 e 1994, sob a batuta de Chris Miller (“Happy Feet – O Pingüim”) e Peter MacDonald (“Legionário”), cujos trabalhos desagradaram profundamente os fãs e passaram longe da fama do original. Nada está certo ainda, mas caso o acordo for fechado logo, a refilmagem da história do garoto submergindo num mundo literário deve chegar aos cinemas em 2011.
Momentos eternos de uma lente enterrada
Entre os fotógrafos profissionais ou mesmo admiradores mais dedicados a arte da fotografia, não existe nome mais famoso que o de Robert Capa. Nascido na Hungria sob o nome de André Friedmann, ele se tornou com o nome artístico a personalidade mais venerada entre os profissionais do meio, especialmente por suas solenes imagens da Guerra Civil Espanhola e Segunda Guerra Mundial. Ele foi um dos poucos fotógrafos presentes no Dia D, onde eternizou o desembarque dos soldados na Normandia e ainda documentou a libertação de Paris no fim da Guerra entre o nazismo e os países aliados. Capa morreu em 1954, em decorrência de um passo descuidado e a explosão de uma mina enquanto registrava a Guerra da Indochina. Além do lado profissional, a vida pessoal do húngaro causou grande inte resse na época, especialmente graças ao relacionamento com a atriz Ingrid Bergman (“Casablanca”). Com um breve resumo de vida como esse, não é difícil imaginar que grande filme sairia dessa história, e parece que nós não fomos os únicos a perceber. Pierce Brosnan, “laureado” recentemente com o Framboesa de Ouro pela cantoria em “Mamma Mia”, já trouxe o projeto da biografia para a sua produtora, a Irish Dreamtime (“Encurralados”) e ainda fisgou o talentoso diretor Paul McGuigan (“Xeque-Mate”) para o comando do projeto, a ser financiado em parceria com a MGM. Não se sabe se Brosnan desempenhará um papel no elenco da biografia, mas o fato é que o projeto sobre Robert Capa foi um substituto para outra história real da qual ele iria participar, a biografia de James Miranda Barry, uma mulher que precisou se passar por homem para entrar no exército. Esse último projeto foi sabotado pela crise econômica.
Mais Bush, mais traição e mais espionagem no cinema
Recém-concluída, a desastrosa administração de George W. Bush como presidente dos Estados Unidos já rendeu o polêmico e pouco notado “W.”, do sempre politizado Oliver Stone (“Nixon”). Agora é a vez de um ataque mais direto e da rede de intrigas tecidas em um dos casos mais marcantes da administração do texano. Em 2003, um escândalo foi armado pela imprensa quando uma coluna do jornalista Robert Novak trouxe em suas linhas a revelação da identidade de uma espiã da CIA . O que isso tem a ver com o governo? Valerie Plame (na foto), a tal espiã, era esposa do embaixador Joseph Wilson, notório desagrado e adversário político do mentor e assessor político de Bush, Karl Rove. A suposta vingança do figurão foi relatada pela própria Valerie no explosivo “Fair Game: My Life as a Spy, My Beatrayal By the White House” (“Jogo justo: minha vida como espiã, minha traição pela Casa Branca”, sem tradução para português), uma denúncia em forma de livro que provocou polêmica ao ser lançado apenas dois anos depois do caso, quando Bush filho continuava no cargo máximo da nação. Um pouco mais cautelosa, Hollywood decidiu aproveitar o potencial cinematográfico da história apenas depois da saída do presidente, e já acertou os ponteiros para que o abreviado “Fair Game” chegue aos cinemas logo no início de 2011. O roteiro já foi escrito, pelos irmãos Jez & John Butterworth, dupla responsável pelo morno pseudo-épico arturiano “A Última Legião”. Já a direção anima um pouco mais os fãs de adrenalina e conspirações: Doug Liman, um homem que já provou que entende de ação (“Jumper”), mas também sabe tecer intrigas governamentais (“A Identidade Bourne”). No elenco, por enquanto apenas o casal principal está definido, reunindo pela primeira vez Naomi Watts (“King Kong”) e Sean Penn (“Milk – A Voz da Igualdade” ).
Bom, pessoal, e por hoje é só isso mesmo… notícias de ótimos filmes para o futuro, uma crítica que deu o que falar sobre as virtudes (ou defeitos) da Hollywood atual… um dia bom, eu diria, muito bom… como sempre agradeço a todos os comentários e desejo só os melhores filmes para todos vocês. Até a próxima!
3 comentários:
gostei do seu blog. bem maneiro!!!!
Cinema é meu vicio, otimo seu blog.
Tambem tenho um, sobre games, se quiser fazer uma parceria de banner. Até porque hoje em dia video-games e cinema já estão andando pelo mesmo caminho, podemos trocar posts relacionados.
Vamos lá... É muita coisa para comentar. Olha, Adorei saber que vai sair Suicide squad, realmente é um watchmen do mal. rs A história é muito boa para quase virar comédia, acho que o tom certo foi dado agora.
A história sem fim é um clássico da minha infância sem dúvida. Lembro das tardes que chegava em casa para ver sessão da tarde (gente, eu não tinha videogame e internet naquela época rsrs). Adorava esse filme, ele é lindo. Ganhando roupagem nova com novos efeitos e um roteiro melhor trabalhado vai ficar maravilhoso.
Pra terinar vou falar de "W", esse filme devia ter saído antes, mas como você disse não Hollywood teve cautela para não sair prejudicada, agora que se dane. Vamos ver um filme falando de algumas verdades. O bush quando saiu dizia que tava de cabeça erguida. Assim que o Obama apareceu já queriam expulsá-lo da Casa Branca bem antes de terminar o mandato dele. rsr E Texano não dá, né? rs E preconceito com os Rednecks. rrs
Valeu, Caio!!!
obs: Cinema virar casas bahia é triste. rs
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