terça-feira, 3 de março de 2009

Boletim Cinéfilo – As Notícias do Dia (03/03/2009)

Moby Dick por trás das cortinas

Há quem diga que todo artista tem sua inspiração, que cada obra é resultado de uma espécie de colagem de referências que pode funcionar ou não aos olhos do espectador ou leitor. Publicado em 1851 como um criticado romance do já consagrado americano Herman Melville, “Moby Dick” foi aos poucos ganhando status de clássico entre a literatura norte-americana, tendo sido adaptado ao cinema cen tenas de vezes, a mais conhecida em 1956 sob a direção de John Huston (“O Tesouro de Sierra Madre”). Naquela oportunidade, Gregory Peck (“Cabo do Medo”) era o intérprete do Capitão Ahab, um lobo-do-mar com direito a perna de pau e todo o resto da parafernália, obcecado por uma baleia gigante que teria atacada um barco em que era marujo, muitos anos atrás. Ahab seria capaz de dar a própria vida para capturar Moby Dick, e é esse dilema dele e de seus marujos que a história se alimenta até caminhar, é claro, para um final trágico. Ao que parece, até mesmo Melville teve sua fonte de inspiração, o caso de um navio baleeiro que naufragou em 1820 após ser quebrado ao meio por um cachalote. Mesmo abandonados a deriva, os mais de vinte marinheiros encontraram tempo para jogarem-se aos barcos salva-vidas e navegar até chegarem a uma ilha. Depois de muito tempo, a maioria decidiu prosseguir viagem e tentar retornar para casa. Reza a lenda que apenas oito homens foram encontrados, e eles diziam que haviam chegado ao extremo de praticar o canibalismo e decidir na sorte quem seria o desafortunado da vez. Se Edward Zwick (“Diamante de Sangue”) pretende fazer um filme de terror, acertou na escolha. O inglês embarcou no projeto como diretor e roteirista ao lado de Marshall Herskovitz (“O Último Samurai”) para o filme, cujo título provisório é “The Heart of Sea” e deve começar a ser filmado ainda esse ano.

Dos tabuleiros para as telas

E a Hasbro pretende mesmo fundar de uma vez o gênero (se é que se pode chamar assim) de jogos de tabuleiro levados para o cinema. Como se não bastasse o anúncio muito próximo do potencialmente bizarro “Ouija”, baseado no ritualístico jogo de um copo sobre a mesa formando palavras supostamente ditadas por espíritos, a companhia de produção de brinquedos também já disse que pretende levar outros de seus três jogos mais conhecidos para as telas. O primeiro a sair deve ser “Banco Imobiliário” (conhecido como “Monopoly” em terras americanas e lançado recentemente por aqui com esse nome), e desde o final de 2007 já havia surgido a possibilidade do envolvimento do mestre inglês Ridley Scott (“Blade Runner – O Caçador de Andróides”) no projeto, já que ele se pronunciou dizendo que “o universo do jogo é fantástico, divertido e direcionado para a família”. Notícias recentes deram conta do roteirista Pamela Peter (“A Noiva-Cadáver”) redigindo o roteiro, que provavelmente deve ganhar referências a crise mundial. Apesar das poucas esperanças, o produtor Brian Goldner, também presidente de Hasbro, se declarou recentemente muito animado com o projeto. Segundo ele: “Ridley Scott consegue construir grandes mundos de imaginação. Combine isso com um ótimo roteiro que Pamela está escrevendo sobre pessoas reais em uma versão de verdade do “Banco Imobiliário” – não o jogo do tabuleiro – e você pode ter uma idéia de como a história pode fazer sentido”. Os outros projetos ainda não receberam muitas confirmações, mas se basearão nos jogos “Detetive” (“Clue”, em inglês), que aliás já foi adaptado para o cinema em 1985 em um filme que recebeu o título de “Os Sete Suspeitos” no Brasil, e “Batalha Naval”.

Confusão dos anos

Das duas, uma. Ou Terrence Malick (“Além da Linha Vermelha”), que nunca foi a pessoa mais equilibrada do mundo, enlouqueceu de vez ou a ganância dos estúdios engoliu-o definitivamente. Como a primeira hipótese é muito mais provável no caso de um homem considerado gênio nos anos 1970 com apenas dois filmes (“Cinzas do Paraíso” e “Terra de Ninguém”) que passou quase vinte anos sem filmar e continua impondo dolorosos intervalos entre suas realizações, é melhor esperar que a loucura dê certo. Quatro anos depois de seu último filme, “O Novo Mundo” (que por sua vez foi feito sete depois do anterior), parece que “Tree of Life”, anunciado já há algum tempo, está pronto para entrar em processo de pós-produção. E das pesadas, embora isso não seja normal para um diretor tão naturalista quanto ele, conhecido por seus longos planos contemplativos e construídos como quadros instantâneos da natureza a volta de seus personagens. Mesmo com toda a aura de mistério em torno do filme, o especialista em efeitos especiais Mike Fink, um dos encarregados da pós-produção, deixou escapar em uma entrevista que está trabalhando em seres jurássicos para a produção. O estranho é que, além de não ser adepto de efeitos extravagantes, a sinopse de “Tree of Life” não parece exigir tal feito. Afinal, como diabos dinossauros se encaixariam em uma trama sobre um jovem do meio-oeste americano que se torna um adulto desiludido e tenta encontrar seu lugar no mundo e na existência humana? Tudo isso na década de 1950! É claro, há sempre a possibilidade do imprevisível Malick ter mudado o projeto e “esquecido” de avisar a imprensa, que já levanto u a hipótese do diretor estar revivendo um velho sonho: “Q”. Desde que completou “Cinzas do Paraíso” em 1978 que ele tenta realizar o filme, descrito na época como “um drama de vários personagens ambientado no Oriente Médio durante a Primeira Guerra”, que teria um período pré-histórico aludindo a ficção de Kubrick em “2001: Uma Odisséia no Espaço”. Se de fato for verdade, os nomes de Brad Pitt (“Benjamin Button”) e Sean Penn (“Milk”) continuam envolvidos e o sexagenário Charlie Bluhdorn, consultor de efeitos de filmes como “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”, deve sair da aposentadoria.

Bond volta a moda

Algumas semanas depois das polêmicas declarações de Judi Dench, a M dos filmes de “James Bond” sobre o quanto seria ótimo ter alguns personagens de volta para o terceiro filme de Daniel Craig (“Invasores”) como o protagonista e a concordância enfática do mesmo (para quem não sabe, estamos falando do Q de John Cleese e da famosa secretária Monneypenny), parece que o “Bond 23”, que ainda não tem nem mesmo uma data de lançamento acertada, virou o projeto da vez para os nomes mais badalados do mundo do cinema. Ainda que esteja em filmagens da comédia “The Baster” ao lado de Jason Bateman (“Hancock”), Jennifer Aniston, recém-afirmada como boa atriz no drama cômico “Marley & Eu”, declarou que o grande sonho de sua vida é ser uma Bond-girl. Até aí, nada demais, mas leia bem e reflita um pouco sobre as palavras da atriz: “Adoraria fazer um filme de ação. James Bond! Glamour! Daniel Craig! Seria muito divertido”. Alguém reparou que ela fez referência direta ao atual intérprete do agente 007, e afinal essas palavras não soam como um oferecimento tentador? Afinal das contas, não seria nada mal ver Jennifer como a paixão da vez do agente, e ela ainda já mostrou ter talento o bastante para continuar a tendência de complexidade imposta por Eva Green (“Cassino Royale”) e Olga Kurylenko (“Quantum of Solace”). Boato um pouco mais fundado é o que dá conta de um recém-premiado com o Oscar para a direção do 23º filme do espião de Vossa Majestade. Segundo o tablóide inglês The Sun, o candidato da vez seria Danny Boyle, recém-saído do multipremiado “Quem Quer Ser um Milionário”. Ainda segundo a publicação, a produtora Barbara Broccoli, guardiã dos direitos da obra de Ian Fleming após a morte de seu pai, teria se interessado pelo trabalho do diretor por achar que “poderia funcionar perfeitamente para o novo visual de Bond”.

Bom, pessoal, e por hoje, é isso… bom, eu ganhei mais um selo hoje (estou explodindo de orgulho, acreditem), mas como há algum tempo estava devendo um dia completinho para vocês, resolvi deixar para amanhã a publicação dele, certo? Mais uma vez, obrigado a todos os comentários e até a próxima! Ah, e só os melhores filmes para vocês, é claro!

2 comentários:

Anônimo disse...

1) Moby Dick é um dos queridinhos de Hollywood junto com Hamlet. Até mesmo Freud chegou a se debruçar sobre a peça do bardo inglês e Lacan fez um ensaio sobre a baleia branca.

2)Se jogos de tabuleiro virarem mais filmes, quero um de ludo.

3) Craig tem todo o charme que Sean tinha. Ele pode.

Anônimo disse...

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