Intervalo cerebral
Jogos mentais não são estranhos ao diretor e roteirista Christopher Nolan. Afinal, foi com eles que o americano ganhou fama, assumindo o comando dos independentes e inovadores “Amnésia”, uma fábula violenta contada de trás para frente, e mais tarde “Insônia”, cheio de pressões psicológicas e suspense no melhor estilo Hitchcock e com o bônus de ainda ter Al Pacino no elenco. Foi de lá que ele foi para a escuridão do perturbado herói de “Batman Begins” e “O Cavaleiro das Trevas”, entre os quais armou outra sinfonia de inveja e raiva no brilhante “O Grande Truque”, o resultado sensacional do primeiro “intervalo entre blockbusters” do diretor. Agora que já completou a obra-prima do Morcego e vê ainda um pouco longe o terceiro filme da franquia, é hora de Nolan retornar a seu verdadeiro terreno e jogar com os pensamentos do espectador uma vez mais. Tudo bem, dessa vez ele radicalizou. Dando um tempo também na parceria com o irmão Jonathan, ele assume sozinho o roteiro original de “Inception”, que é descrito no primeiro esboço de sinopse como “uma ficção científica de ação ambientada dentro da própria arquitetura da mente”. Estaríamos diante de um novo “Cubo”, o filme de terror sem motivo mas cheio de criatividade que virou cult em 1997? Talvez seja melhor confiar na gritante diferença de talento existente entre Nolan e Vincenzo Natali, que depois do fatídico filme se limitou a títulos pouco significativos. Ou para os mais desconfiados seja uma prova melhor dizer que Leonardo DiCaprio (“Foi Apenas um Sonho”), um dos astros com escolhas mais sábias nos últimos anos, já embarcou no novo projeto do diretor, que deve sair em 2010. Enquanto isso, o terceiro Batman recebeu confirmação apenas de Christian Bale (“Os Indomáveis”) de volta no papel principal.
Mickey sem animação
Não, as bilheterias dos filmes da Disney não sofreram uma queda drástica, como pode sugerir o título. A animação é mesmo uma referência ao traço dos artistas que definiram o personagem símbolo do estúdio. Em seu primeiro e último papel em um filme lançado nos cinemas da produtora, o rato protagonizou o encantador curta-metragem “Aprendiz de Feiticeiro”, um dos segmentos presentes no clássico “Fantasia” e no comemorativo “Fantasia 2000”. A história todos já devem conhecer, mas não custa relembrar: escolhido por seu mestre, um grande bruxo, para realizar algumas tarefas domésticas, Mickey tenta usar seus dons de aprendiz para terminar mais cedo e partir para se encontrar com sua amada secreta. É claro, nem tudo sai exatamente certo e acaba conduzindo a junta de notas musicais e animação em cores vivas que marcou o estúdio. Como tal história pode vir a se tornar um longa-metragem, e em live action, certamente é uma pergunta que os produtores estão tentando responder. Isso porque os nomes envolvidos na refilmagem em carne e osso de “Aprendiz de Feiticeiro” continuam aumentando, e ainda assim não há sequer um roteirista anunciado. David Berenbaum (“A Casa Mal-Assombrada”) já tentou e desistiu da missão, e desde então o interesse de gente como Nicolas Cage ressuscitou o projeto. O astro arrastou consigo para o projeto o diretor Jon Turteltaub, seu comandante nos dois “A Lenda do Tesouro Perdido”, e nos últimos três meses o elenco do filme ganhou mais três adições no mínimo respeitáveis. Primeiro, o comediante Jay Bucharel, um dos comandados de Ben Stiller em “Trovão Tropical”, embarcou para interpretar o papel principal. Depois, foi a vez de Teresa Palmer (“Um Verão Para Toda a Vida”) assinar para viver o interesse romântico do protagonista e Alfred Molina (“Homem-Aranha 2”) repetir a dose de vilania e se tornar o antagonista da trama. Apesar da falta de notícias no roteiro, parece que as filmagens do longa terão início ainda no próximo mês.
Das prateleiras do Brasil para as telas americanas
Já há algum tempo que se escuta boatos sobre alguns projetos hollywoodianos baseados em livros do autor brasileiro mais lido do mundo, Paulo Coelho. Já se falou em “Veronika Decide Morrer” com Kate Bosworth (“Superman – O Retorno”) no papel principal e em Laurence Fishburne (“Matrix”) estreando como diretor e roteirista em uma adaptação de “O Diário de Um Mago”. Até pouco tempo, também era ele que estava envolvido em “Onze Minutos”, o projeto com o nome do brasileiro que tinha mais chances de realmente vingar. A história, publicada em 2003, soa mesmo como um drama conceitual americano: Maria é uma prostituta brasileira que parte pelo mundo atrás de seu ideal de amor, a união plena entre corpo e alma. Encontra em um pintor bêbado essa figura, mas precisará passar por cima de muitos obstáculos invisíveis para conquistar esse grande amor e o direito de finalmente viver livre do fardo de pobreza que sempre carregou. Em 2005 nomes significativos foram anunciados para o projeto, que iam desde o produtor Gianni Nunnari, parceiro de cineastas como Martin Scorsese (“Os Infiltrados”) e Oliver Stone (“Alexandre”), até a possível presença de Jack Nicholson (“Melhor é Impossível”) no elenco. Logo após a saída de Fishburne, em 2007, o ator foi cotado também para dirigir o filme, assim como fez com “A Chave do Enigma”, continuação do clássico “Chinatown”. É claro, se estamos aqui é porque os planos mudaram, e agora é o iraniano Hany Abu-Assad (“Paradise Now”) quem dirige a adaptação, trabalhando com o roteiro do brasileiro Marcos Bernstein (“Zuzu Angel”) e atraindo para o elenco nomes bem respeitáveis, tais como Alice Braga (“Eu Sou a Lenda”), Mickey Rourke (“O Lutador”) e o francês Vincent Cassel (“Senhores do Crime”), um apaixonado assumido por nosso país. Ainda não há previsão para o lançamento de “Onze Minutos”.
Morrer ou viver... eis a questão?
Como você se sentiria se soubesse que foi concebido apenas para salvar a vida de outra pessoa e sacrificar a sua vida por outra? Não estamos falando de destino, que fique bem claro, mas pura intenção humana. Se sentiria amedrontado, mas enfrentaria a missão? Ou talvez revoltado por ter sido usado como uma cobaia sem ser avisado sobre isso? Não é um dilema fácil de encarar. Agora imagine tudo isso para uma garota de nove anos que nasceu com a missão de salvar a irmã mais velha, acometida de câncer, ao custo da própria vida. É em uma situação delicada como essa que “My Sister’s Keeper” encontra seu cenário. O livro, publicado pela americana Jodi Picout em 2004, mostrava a luta dessa garota, concebida pela fertilização in vitro, para possuir o direito de fazer com seu corpo o que ela bem entendesse. Em resumo, era a história de uma cobaia clamando (na justiça) por emancipação, enfrentando uma mãe ex-promotora e um dilema dos mais perigosos. No início de 2007, quando surgiram as primeiras notícias sobre a adaptação cinematográfica, o filme chamou a atenção dos cinéfilos em geral graças aos boatos de que poderia reunir as irmãs Dakota & Elle Fanning, que nunca haviam contracenado a despeito de terem interpretado a mesma personagem, em épocas diferentes, em “Uma Lição de Amor”. Mas aos poucos os nomes das duas foram sendo afastados da produção, que acabou ganhando suas protagonistas nas figuras de Abigail Breslin (“Pequena Miss Sunshine”) e Sofia Vassilieva (a Ariel da série “Médium”), enquanto gente do calibre de Cameron Diaz (“As Panteras”) como a mãe ex-promotora, Alec Baldwin (“30 Rock”) como o advogado da protagonista e Joan Cusack (“Escola de Rock”), cujo papel ainda não foi revelado, embarcavam no projeto ao lado do diretor e roteirista Nick Cassavetes (“Alpha Dog”). Ele, aliás, provocou polêmica recentemente ao assumir que modificou o final do livro para a adaptação. A autora pareceu não ficar muito satisfeita: “Mudar o final muda a mensagem. Entretanto, estou animada para assistir o filme e tirar as minhas conclusões”.
Crise até na fantasia
Um pouco de bizarrice nunca é demais, principalmente em tempos de falta de criatividade na terra do cinema. Mas se Spike Jonze acertou na medida anos atrás com “Quero Ser John Malkovich”, será que Alexander Payne não está exagerando um pouco em sua nova fábula dramático-cômica, “Downsizing”? Pensando bem, é difícil enxergar algo de dramático em uma trama como a que vem nas próximas linhas: um casal em dificuldade financeiras decide cortar as despesas... diminuindo de tamanho! E não para por aí, já que ela desiste em um último instante e deixa o marido minúsculo, sozinho e obrigado a desfrutar da péssima companhia de um arrogante espanhol que teve a mesma idéia e acabou ficando do tamanho de uma lata de refrigerante. Para piorar um pouco mais, este último é perseguido por seu irmão gêmeo, ainda em tamanho normal, e tudo isso sem sequer uma palavra sobre a forma como o milagre do encolhimento poderia acontecer. Caso ninguém tenha notado, a sinopse soa como uma tentativa um tanto grotesca de engodo fantástico no contexto da crise financeira mundial. Mas parece que mesmo com tamanho exagero, Payne ainda continua o mesmo ímã de astros cool tentando fazer nome no cinema independente-comercial (não é a primeira vez que uso esse termo por aqui). Os nomes da vez são Reese Witherspoon e Paul Giamatti, que já trabalharam com o escritor-diretor há algum tempo em “Eleição” e “Sideways – Entre Umas e Outras”, respectivamente. Enquanto eles encarnam o pouco convencional casal, o comediante Sasha Baron Cohen, o Borat, deve interpretar o espanhol e seu irmão obcecado. O título do projeto é uma brincadeira ambígua entre um jogo de palavras (down – abaixo, size – tamanho) e uma expressão técnica empresarial que tem sentido de “corte de pessoal”.
Bom, pessoal, um dia cheio de notícias para o cinema! Acho que há algum tempo que não tínhamos mais de quatro notícias em um mesmo dia… de qualquer forma, o que me resta é agradecer a todos vocês pelos comentários e pela atenção a esse humilde blogueiro tentando falar de sua paixão maior, o cinema. Obrigado mesmo, é ótimo ver este trabalho dando resultado… Valeu e até amanhã!
3 comentários:
Ótimo blog, vcou conferir os filmes!!!
Visita lá tb!!!! Bjsss!
Gostei muito do seu blog. O mais interessante que eu achei, foi sobre o Paulo Coelho, obras dele virarem livros. Não sabia disso ainda. Achei muito legal mesmo, se você tiver mais algumas informações à respeito disso.
Visite meu blog também.
bju.
Esse ano vai sair "Veronika Decide Morrer" nos cinemas, e é com a Sarah Michelle Guellar, tem poster e trailer no meu blog, se qzr olha lah depois. (se eh q vc ainda não viu)
sobre onze minutos, ainda são soh boatos, por enquanto...
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