O rei está de volta
Stephen King não é muito diferente de seus personagens, quase sempre grotescos, mas invariavelmente complexos e fascinantes. De tempos em tempos, o nome do americano de sessenta e dois anos dono de uma das obras mais ricas e discutidas da literatura moderna retorna com toda a força para os produtores de Hollywood após um momento de estagnação. Antes do sucesso de “1408” e “O Nevoeiro”, por exemplo, ambos lançados em 2007, o escritor não ganhava uma adaptação de grande visibilidade desde “A Janela Secreta”, de três anos antes. As adaptações das obras de King para as telas nunca foram unanimidade, é verdade, principalmente entre os fãs mais radicais. Para eles, os dilacerantes cortes operados pelos desafortunados roteiristas dos projetos baseados no escritor sempre escolhiam o momento errado para resumir a história e acabavam perdendo o grande segredo do americano. Não sabe qual é? Stephen King não escreve sobre monstros, escreve sobre humanos. Complexos, defeituosos, desonestos, egoístas, cativantes e fascinantes. É preciso uma habilidade sobrenatural para capturar isso em meras duas horas de projeção sem deixar o entretenimento e a trama em si de lado. Frank Darabont vem conseguindo, filme após filme, de “Um Sonho de Liberdade” a “O Nevoeiro”. Mas no início dos anos 1990, quando King era muito mais um símbolo comercial do que um artista, Tommy Lee Wallace (Vampiros – Os Mortos) fez questão de suas mais de três horas para traduzir uma das mais ricas novelas do escritor, “It”, para a televisão. O resultado foi um filme que agradou os fãs acostumados com besteiras como “O Cemitério Maldito” e todos os outros filmes baratos estampando a marca “Stephen King” nos pôsteres. Dezoito anos depois, qual é a história? Depois do sucesso dos já citados filmes, Hollywood finalmente decidiu arriscar condensar a obra em um formato cinematográfico. “It” é centrado em um grupo de sete pessoas que enfrentam duas vezes uma centenária criatura que se alimentava do medo e mudava de forma. A encrenca de adaptar a novela ficou por conta de David Kajganich (“Os Invasores”), que fez questão de não definir datas.
Mais Verne e mais tiros
O 3D está tomando Hollywood de assalto. Não há grande ou pequeno estúdio que não tenha pelo menos meia dúzia de projetos no formato agendados para estrear ainda esse ano. Embora seja usado, sob formato diferente, desde 1960, o 3D moderno na terra do cinema teve como cobaia e pontapé inicial a aventura “Viagem ao Centro da Terra”, estrelado por Brendan Fraser (“A Múmia”) e o ator juvenil Josh Hutcherson (“Ponte Para Terabítia”). Beaseado na seminal obra de Júlio Verne, o filme modernizava a história do professor e seu sobrinho que descobrem todo um mundo no subsolo terrestre, a onde têm acesso através de um vulcão na Islândia. Dirigido pelo novato Eric Brevig, o filme tinha suas falhas e seus clichês, mas encantava pelo visual e acabou se dando bem nas bilheterias com mais de uma centena de dólares em caixa apenas nos EUA, contrastando com os surpreendentes 45 milhões do orçamento. Com um gancho claro em suas cenas finais, já era de se esperar que espaço aberto para a continuação não ficasse muito tempo sem preenchimento. “Mysterious Travels: The Lost Map of Treasure Island” já está sendo desenvolvido em seu script, redigido pelo próprio Brevig e por Richard Outten (“Cemitério Maldito II”). Seguindo a mesma premissa de veracidade das obras de Verne, dessa vez os companheiros de viagem sairão em busca do cenário-título de “A Ilha Misteriosa”, uma das novelas que utiliza o Capitão Nemo como personagem. Sobre a aparição do personagem nada foi falado, tampouco foi anunciada uma data de estréia. Seguindo a deixa de continuações, o superestimado “Busca Implacável” produzido e redigido por Luc Besson no ano passado, um engodo estrelado por Liam Neeson (“Batman Begins”) e dirigido no modo automático por Pierre Morel (“B13”), também vai ganhar sua seqüência. Apesar de não possuir grandes atrativos para o apreciador de cinema, o filme acabou arrecadando surpreendentes 192 milhões de dólares ao redor do mundo, garantindo uma segunda carnificina de Bryan Mills, dessa vez com Robert Mark Kamen (“Carga Explosiva”) cuidando sozinho do roteiro. De volta dos mortos vem a Fox de “O Procurado”, interpretada e morta com o rosto de Angelina Jolie (“Garota, Interrompida”) no filme do russo Timur Bekmambetov (“Guardiões da Noite”), que deve ressuscitar com vários outros personagens na seqüência, mais uma vez dirigida pelo europeu.
O maravilhoso mundo de Tim Burton
O mundo do cinema não seria tão apaixonante de não fosse por Tim Burton. Ele, artista por vocação e cineasta por opção, excêntrico, gótico, visual e emocionalmente genial, um homem capaz de transformar a fantasia mais delirante em uma realidade quase palpável sem perder a estranheza pelo caminho, um mago das imagens que nos faz mergulhar em uma viagem diferente a cada filme, cheio de peculiaridades e pequenos detalhes fundamentais para a imersão na experiência cinematográfica. O que Tim Burton (e só ele) faz é a mais pura e encantadora magia da forma de arte perfeita, o cinema. E ainda, para melhorar, se cerca de gente talentosa. Johnny Depp já é, além de um dos atores mais talentosos da atualidade, elemento fundamental em qualquer filme do diretor, uma parceria de seis excepcionais obras, de “Edward Mãos-de-Tesoura” a “Sweeney Todd”, separados por dezessete anos. Ele estará presente no que pode ser a grande obra-prima e o ponto final em qualquer discussão sobre o talento do diretor. Os cinéfilos mais informados já devem ter ligado a descrição ao filme. “Alice no País das Maravilhas”, adaptado da obra de Lewis Caroll pelas mãos da sempre elogiada Linda Woolverton (“O Rei Leão”), vem ganhando cada vez mais expectativas conforme nomes mais badalados embarcavam no elenco e novas técnicas de filmagem se agregavam ao filme. A seleção final de astros para a obra do diretor: Johnny Depp vive o Chapeleiro Maluco, Alan Rickman (“Harry Potter”) é a Lagarta, Helena Bonham-Carter (“Sweeney Todd”) encarna a Rainha Vermelha, Anne Hathaway (“O Casamento de Rachel”) vive a contraparte boa da vilã, a Rainha Branca, e Crispin Glover (“Deu a Louca em Hollywood”) é o Valete de Copas, enquanto Christopher Lee (“O Senhor dos Anéis”) e Michael Sheen (“Frost/Nixon”) ainda não tiveram seus personagens revelados. Se a idéia de ver Burton se debruçando sobre um clássico não te anima, a lista de astros o faz com perfeição, e motivos não faltam para olhar de perto a primeira imagem promocional do filme, lançada na Internet nessa sexta-feira 13, retirada da revista D23.
Os heróis nunca morrem!
Com milhares de projetos para os cinemas anunciados e o grande evento do filme dos Vingadores se aproximando cada vez mais, a impressão é mesmo que a Marvel é a única editora de quadrinhos com projetos para o cinema. Aproveitando a deixa dos criticados adiamentos nos filmes da concorrência, a DC Comics provou que não está morta ao ressuscitar um dos mais esperados projetos baseados em seus heróis para a tela grande. “Shazam!” não recebia novidades há mais de dois meses, quando o roteirista John August (“Peixe Grande”) declarou publicamente que o projeto estava morto, engavetado e enterrado. Contratado para desenvolver as aventuras de um dos primeiros heróis da história das histórias em quadrinhos, o Capitão Marvel (que, para total confusão dos leigos, pertence a DC), August escreveu em seu blog um longo texto sobre todos os trâmites que envolveram seu afastamento do projeto, que teria sido engavetado pela Warner. O que vem a seguir é um resumo bem conciso de toda a tragédia. August escreveu seu próprio roteiro três vezes. A versão original ele descreve como um “Quero Ser Grande com poderes”, uma comédia de ação abordando a descoberta dos poderes por parte do adolescente Billy Batson. Após a troca de estúdio da New Line para a Warner, a segunda versão do roteiro foi feita com sutis alterações nas nuances de alguns personagens como o vilão Adão Negro, que os produtores consideraram “simpático demais” para um antagonista de um herói tão poderoso. Quando August entregou a segunda versão, “O Cavaleiro das Trevas” estreou como um furacão e de uma hora para a outra os produtores queriam um filme mais sombrio, e cumprindo seu contrato o roteirista refez todo o trabalho. Sobre a terceira versão, ele disse: “Não era a comédia de ação que imaginei, mas eu conseguia enxergar essa nova versão tomando forma”. De qualquer forma, August passou uma temporada na Europa e, quando voltou, encontrou o projeto abandonado pelo estúdio. Isso tudo é a versão dele, é claro. Recentemente, o produtor Michael Uslan declarou que August estava fora do projeto, mas ele continuava de pé. A afirmação foi reiterada por Dwayne “The Rock” Johnson, que desde o início do projeto declarou interesse no papel vilanesco. Segundo ele, os problemas teriam sido as famosas “diferenças criativas”, mas disse que o diretor Peter Segal (“Agente 86”) manteve-se no cargo.
Bom, pessoal, e por hoje é só isso mesmo… grandes notícias e outras um pocuo menos bombásticas, mas o importante é continuar publicando-as, afinal o muindo do cinema não pára! Bom, como sempre agradeço a todos os comentários e desejo só os melhores filmes para todos vocês, e até amanhã!
6 comentários:
Capitão Marvel!!!
Parece um sonho que o "Mortal Mais Poderoso da Terra" tenha sua versão cinematográfica... Uma utopia que eu espero que se realize logo!
Adorei seu blog, as postagens (incluindo essa) são ótimas e o layout é fabuloso!
Voltarei aqui sempre que puder, meu caro!
Abração!
Leandro Merlllin
http://www.barrasobliquas.blogspot.com/
ou
http://www.olhardesaldejack.blogspot.com/
vc conseguiu citar 3 lendas em um post! hehehehe
Sthephen King é um grande escritor, ainda lerei um livro dele por completo em uma noite chuvosa...
Julio Verne, nem comento - adorei o livro- não vi o filme.
E Tim Burton sempre me surpreende, apesar de suas características se repetirem filme após filme, mas ele e Jony Depp são o casamento perfeito!
Desculpe o comentário rápido, mas estou de saída...
Sempre q posso leio aqui! Abraço
Caio, obrigado pelo seu último comentário lá no meu blog, quero que vc saiba que o seu blog sim, é que é um dos melhores que já conheçi (é meio difícil acessar a internet sem vir aki^^)!
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Ahh, Burton rules, não há ninguém como ele. É um dos meus diretores favoritos. Espero anciosamente por Alice, e não é só por Tim, tem Depp e Hathaway que eu adimiro demais da conta.
=)
Até a próxima!
Obrigada pelo comentário no meu humilde blog
Beijo
Elo
http://myonreality.blogspot.com
Sthephen King é um grande escritor, mas não gosto das adaptações de seus livros para o cinema, deixa muito a desejar.
Uma boa dica pra tranformar um fim de semana solitário num programa interessante.
Abraço.
Sarna.
www.quartouniversitario.com
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