Pensadores em cena
Ambos fascinaram gerações, cada um ao seu modo e em sua alçada, ambos se tornaram lendas imortais em seus países e ao redor do globo. Música e filosofia nunca estiveram tão ligadas uma a outra quanto na obra de John Lennon. Especialmente depois que deixou os Beatles e se juntou a vilanesca (na visão dos fãs da banda, que fique bem claro) Yoko Ono para praticamente criar a estética e a filosofia hippie, Lennon era um músico, mas era um poeta. Alguém que queria dizer algo e que conseguiu até a psicopatia ilimitada de um fã obcecado lhe trouxe o gosto da morte. Mas não é disso que “Nowhere Boy”, já completado, fala. Remando contra a maré, o roteirista Matt Greenhalgh (“Controle”) decidiu localizar sua história na infância do ícone inglês, acompanhando-o especialmente na complexa relação com a mãe, a ser interpretada por Anne-Marie Duff (“Notas Sobre um Escândalo”). Outra estrela do cinema inglês, Kristin Scott Thomas (“O Paciente Inglês”) será a tia do cantor, guitarrista e compositor, que será encarnado pelo jovem Aaron Johnson, futuro protagonista de “Kick-Ass”. O filme, pronto para ser filmado pelo desconhecido diretor Sam Taylor Wood, foi recentemente bancado pela Weinstein Company e deve começar a captura de imagens ainda essa semana. Em estado bem diferente está a biografia de outro pensador, este mais tradicional. Confúcio passou longe de ser contemporâneo de Lennon, mas não ficou muito longe de sua filosofia naturista que criou toda uma vertente de pensamento e o fez uma das figuras mais famosas da China. O filme ainda não tem roteirista ou diretor, mas o astro asiático Chow Yun-Fat (“Piratas do Caribe: No Fim do Mundo”) já embarcou como o protagonista do filme, que almeja ser lançado ainda no final desse ano, para coincidir com os (pasmem) 2560 anos do nascimento do filósofo.
Aberrações e assassinatos
É impressionante como, de uma hora para a outra, qualquer obra de literatura bem vendida se torna alvo preferencial dos roteiristas e produtores Hollywood afora. Veja o caso de “Maximum Ride”, por exemplo. Uma obra relativamente modesta para um premiado escritor como James Patterson (“Beijos que Matam”), uma série talvez um pouco exagerada na dose de fantasia que rendeu cinco histórias razoavelmente bem-sucedidas. Agora, com o último volume lançado a poucos meses e a história concluída, Hollywood lançou o olho grande para cima da trama e já pescou dois talentos surgidos nos últimos anos para os cargos de roteirista e diretor. E é bom lembrar que redigir a história de quatro garotas que passam por experimentos não-testados e acabam se transformando em híbridos de aves e humanos. Para piorar um pouco de situação, uma espécie de grupo obscuro de lobisomens vive se colocando no caminho da adaptação das garotas em um lugar especial para esse tipo de anomalia conhecido como A Escola (não a convencional, é claro). Pois Don Payne, autor de “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”, aceitou a missão e já está desenvolvendo o primeiro filme da série que almeja, é claro, competir com os adolescentes vampiros de “Crepúsculo”. E sabe o que é mais curioso nessa rede de coincidências de Hollywood? Catherine Hardwicke, diretora do filme vampiresco lançado no fim do ano passado, é o nome oficial para o comando das câmeras de “Maximum Ride”. Num tom quase diametralmente oposto, três grandes escritores serão transportados de uma vez para o cinema em uma história real que é capaz de provocar água na boca dos fãs mais radicais de literatura. “Kill Your Darlings”, o filme sobre a reunião, não tem data de lançamento definida. Jack Kerouac, conhecido por ter escrito “A Estrada”, uma espécie de Bíblia dos hippies. Allan Ginsberg, poeta considerado obsceno e até pornográfico para sua época. Lucien Carr, um dos diretores mais longínquos da associação internacional de imprensa. A reunião foi no mínimo auspiciosa: os três se tornaram suspeitos (e depois foram liberados) de um assassinato. Para interpretar o trio, respectivamente, foram escalados Chris Evans (“Quarteto Fantástico”), Jesse Eisenberg (“A Caçada”) e Ben Wishaw (“Perfume”). Nenhum dos dois filmes tem data de estréia definida.
Brilho sem fim
J.J. Abrams não se cansa. Em meio ao trabalho como produtor e eventual roteirista em diversas séries de TV como “Lost” e “Fringe” e a finalização de seu aguardadíssimo “Star Trek”, o produtor mais esperto da terra do cinema na atualidade se envolve com cada vez mais projetos e vive anunciando histórias interessantes que pretende filmar. Uma de suas últimas foi o projeto por enquanto sem título que deve contar a história de um garoto que pesquisa o naufrágio de um navio da Segunda Guerra e acaba causando uma releitura do caso na justiça. O roteiro do talentoso Robert Nelson Jacobs (“Meu Monstro de Estimação”) deve chegar aos cinemas ainda no final desse ano, embora nenhum nome do elenco tenha sido anunciado pelo produtor e diretor Abrams. Mas “The Untold Story of the World’s Biggest Diamond Heist”, promete ainda mais do que uma história sensível. Se não foi exagero, é bem capaz do filme se converter na apoteose final das obras de assalto de Hollywood. Spike Lee bem que tentou criar o feito no certeiro “O Plano Perfeito” e ficou com o posto até o momento, mas como alguns míseros diamantes surrupiados por Clive Owen (“Rei Arthur”) seriam capazes de bater um filme com um título como esse? Para quem não sabe inglês, a frase enorme nas linhas acima pode ser traduzida em algo do gênero “A inédita história do maior roubo de diamantes do mundo”. Impressionado? Pois saiba que a história é real. Foi em Antuérpia, na Bélgica, em 2003, e não foi preciso muita gente. Uma pequena gangue de ladrões italianos foi o bastante para passar pelo teoricamente impenetrável cofre do Antwerp Diamond Center e sair carregando impressionantes 100 milhões de dólares em diamantes, ouro e jóias. Baseado em um artigo do único jornalista que chegou a conversar com os ladrões antes destes serem pegos (ele jura que não delatou o larápio), o filme ainda não anunciou nenhum nome e Abrams nem mesmo esclareceu se deve produzir ou dirigir a obra. É esperar para ver... ansiosamente, é claro.
Desculpe, mas seu tempo acabou...
Pensou que algum astro de maior grandeza havia participado de um naufrágio horrendo e caído no esquecimento? Você é um alarmista, meu amigo, um pessimista e alguém que sempre espera o pior. Mas, pensou que quem sabe algum empolgante filme com bombas e explosões sensacionais estava prestes a ser lançado? Veja só, temos aqui um otimista, uma mente aberta a novas idéias e alguém que olha para o futuro sem medo. Mas quem não se decidiu acabou acertando. Afinal, as linhas acima era simplesmente uma forma simpática e provocativa (autocrítica do autor aqui, percebam) a um filme que dissertará de forma igualmente carismática (ou assim se espera)... sobre a relação entre psicólogos e pacientes. “Shoot the Messenger”, título dúbio que também pode provocar múltiplas interpretações e análises profundas, será o primeiro filme dirigido pelo roteirista Ted Griffin, conhecido por trabalhos bem interessantes como “Onze Homens e Um Segredo” e “Dizem por Aí”. O estilo casual e eficiente de fazer comédia do autor nunca foi exatamente um ímã de astros, mas ao que parece a nova realização do homem tomará parte de grandes diálogos interpretados por ninguém menos do que Sir Anthony Hopkins (“O Silêncio dos Inocentes”), que parece ter mesmo desistido da aposentadoria. Ele interpretará o lado mais sério da história, o experiente Seymour, psicólogo acusado de manter uma conduta sexual inadequada com uma paciente de 32 anos, a ser vivida por Emily Blunt (“Jogos do Poder”). Os dois oscarizados são os únicos nomes escalados até agora, mas vale a pena conhecer os outros protagonistas só para sentir o gosto que a obra nos trará. Marshall é uma contradição, um psiquiatra obsessivo-compulsivo e com problemas em lidar com o dinheiro na relação com os pacientes. Por último e ainda mais interessante, o radical Ernest Lash, um espírito indômito que decide utilizar-se de sinceridade absoluta na relação com os pacientes e acaba provocando reações devastadoras.
A ascensão do renegado
Kevin Costner está de volta. Com poucos filmes de grande destaque e bilheteria desde o fracasso homérico de “O Mensageiro”, há mais de uma década, o californiano aproveitou-se da popularidade da comédia romântica para ressurgir aos poucos em pequenos filmes de bilheteria crescente (“Dizem por Aí”, “A Outra Face da Raiva”, “Promessas de um Cara-de-Pau”) e até algum prestígio crítico. Ele planeja voltar ao topo nos próximos anos com dois projetos de porte ambicioso e tramas que lembrar o auge do ator, lá pelos idos de “Robin Hood” e “JFK”. O primeiro é um drama de tema intimista que pretende causar grande impacto em tempos de crise econômica e desemprego constante. A bem da verdade, o protagonista de “The Company Men” é outro astro ressuscitado, Ben Affleck (“Medo da Verdade”). Ele será o homem que, simples assim, perde o emprego. O roteiro de John Wells, um dos escritores da fase inicial da série “E.R. – Plantão Médico”, promete estudar a fundo as conseqüências emocionais, práticas e familiares de um acontecimento como esse, que cada vez mais se torna cotidiano do mundo em crise ao nosso redor. Mas o astro ganhou recentemente não apenas a companhia de Costner, que deve interpretar seu cunhado boa-gente que arranja um outro emprego para ele, mas também de Tommy Lee Jones (“No Vale das Sombras”), que será um dos sócios da antiga empresa em que Affleck trabalhava, um homem honesto em meio a biltres arrogantes e gananciosos. Mas o retorno em grande estilo de Costner promete vir mesmo com “The One”, uma trama sobre a qual pouco se sabe que o ator trabalhou ao lado do antigo parceiro Michael Blake (“Dança com Lobos”). O pouco que se disse dá conta que o filme narraria a epopéia de um homem que ganha na loteria e decide viajar o mundo todo. A grande novidade? Costner deve voltar a direção para o filme, função que não desempenha desde 2003, quando lançou o pouco notado faroeste moderno “Pacto de Justiça”.
Bom, gente, e por hoje é só isso mesmo! Cinco notícias para compensar alguns dias afastado… vocês não imaginam quantas coisas diferentes estão tomando o meu tempo ao mesmo tempo! Mas enfim, coisas que acontecem… Agora me dão licença que já tenho mais coisas para fazer! Bons filmes para todos vocês e até amanhã!
Um comentário:
Dia desses vi um filme sobre o Lennon que falava da infancia ateh o começo dos Beatles, passou no History Channel, não lembro o nome, mas espero por este!
Postar um comentário