sexta-feira, 20 de março de 2009

Boletim Cinéfilo – As Notícias do Dia (20/03/2009)

Heróis em pauta

 

Os últimos dias foram agitados para dois dos mais aguardados filmes de super-heróis dos próximos anos. Ainda com a quinta marcha engatada apesar do adiamento da estréia, o filme do semideus “Thor” a ser dirigido por Kenneth Branagh (“Frankenstein de Mary Shelley”) ganhou rumores e coadjuvantes em um espaço de poucos dias. Já há algum tempo o boato de que Alexander Skarsgard, um dos astros da série True Blood, pode subir definitivamente ao estrelato no papel principal, mas surgiram para ele concorrentes fortes. Os poucos conhecidos Charlie Humnan (“O Herói da Família”), Tom Hiddleton (“Suburban Shootout”) e Liam Hemsworth (“Presságio”, ficção científica com Nicolas Cage inédita no Brasil) entraram no páreo e geraram ainda mais rumores em torno do filme, que agora deve estrear em 17 de Junho de 2011. Além dos nomes cogitados para o papel principal, surgiu o boato de que a sumida Natalie Portman (“V de Vingança”) poderia assumir um dos papéis femininos mais fortes da trama. As apostas giram em torno de Amora, a feiticeira apaixonada pelo protagonista, ou Jane Foster, a enfermeira que se enamora pelo Doutor Blake sem saber de seu divino segredo. É sempre bom lembrar que outros nomes ventilados são os de Josh Hartnett (“30 Dias de Noite”) como o vilão Loki e Stellan Skarsgard (“Piratas do Caribe – No Fim do Mundo”) como o todo-poderoso Odin. Mudando de editora e de projeto, a boataria em torno da adaptação do personagem da DC “Lanterna Verde” também anda forte. Em menos de uma semana, dois atores em evidência graças ao ressurgimento da franquia “Jornada nas Estrelas” foram cogitados para o papel. Primeiro foi o russo Anton Yelchin (“Charlie Bartlett”), que se dispôs a negar os rumores e se declarar “com a agenda cheia”. Logo em seguira, os rumores se voltaram para Chris Pine (“Sorte no Amor”), o Capitão Kirk do filme de J.J. Abrams. Embora alguns tablóides apontem tal rumor como falso, é meio difícil de acreditar que um filme pronto para ser filmado continue indefinido em relação ao protagonista. “Lanterna Verde” tem o australiano Martin Campbell (“A Lenda do Zorro”) na direção e deve começar a ser filmado antes do meio do ano.

Mais adaptações

 

Um dia não é normal em Hollywood até que uma nova adaptação literária seja ventilada pelos estúdios. As prateleiras das livrarias de repente viraram alvos preferenciais para os produtores em busca (ou não) de boas histórias. Nos últimos dois dias, por exemplo, três novos projetos do gênero foram anunciados e ganharam a adesão de bem-sucedidos diretores que desfrutam de certo prestígio (ainda que momentâneo) na terra do cinema. O primeiro alvo foi “The Courage Consort”, terceira novela em inglês publicada pelo holandês Michel Faber, que recebeu críticas extremamente positivas quando foi lançado por ser “singelo, emocionante e realista”. A história dá mesmo essa impressão: o Courage Consort do título é um dos mais renomados corais do mundo, que se isola em um castelo belga para ensaiar uma composição especialmente complicada. Lá, surgem conflitos entre os cinco cantores principais, o que causa desarmonia na relação entre os outros membros do coral e acaba por atrasar o trabalho de ensaio. Tudo é revirado de cabeça para baixo quando uma tragédia os obriga a repensar seus conceitos. Aplaudido por seu intimista “O Casamento de Rachel”, Jonathan Demme (“O Silêncio dos Inocentes”) vai exercitar um pouco mais seu controle de ambição para adaptar a obra, que ele descreveu como “extremamente verdadeiro, intimista e original”. Bem mais modesto nas fileiras de Hollywood mas com prestígio crescente, o roteirista Mark Bomback (“Duro de Matar 4.0”, “A Lista”) deve estrear na direção adaptando uma obra do jornalista Ben Macintyre sobre um personagem da vida real, Eddie Chapman. Ex-criminoso, o inglês acabou se tornando, por uma série de circunstâncias extraordinárias, um dos mais conhecidos agentes duplos da época da Segunda Guerra. “Agent Zigzag” (código pelo qual os britânicos o conheciam) ainda está em processo de gestação, mas deve render um épico de espionagem no mínimo intrigante. Já o terceiro é também o que mais deixa a impressão de um futuro campeão de bilheteria. “Demonkeeper” é uma aventura em que um adolescente é responsabilizado por uma casa cheia de demônios e precisa perseguir um deles quando este foge. Sam Fell (“Por Água Abaixo”) pode ter sua primeira experiência live-action no filme.

Confirmação decepcionante

Um pouco de todo o charme que “Os Mercenários” exalava antes mesmo de ser lançado acaba de ser perdido com o anúncio oficial do elenco completo do próximo filme escrito, dirigido e estrelado pelo astro ressurgido Sylvester Stallone (“Rocky Balboa”). O filme, que almejava escalar “o elenco de ação perfeito” conseguiu o feito, mas perdeu algumas excelentes oportunidades pelo caminho. Para cuidar da sessão “nostalgia dos anos 80” da trama sobre um grupo mandados em uma missão suicida no Rio de Janeiro a lista anunciada pelo diretor conta com o próprio ao lado de Mickey Rourke (“O Lutador”), Eric Roberts (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”) como um agente da CIA e uma ponta do governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger (“Exterminador do Futuro”). Garantindo a nova geração de cinéfilos como público cativo do filme, Stallone chamou um trio incomparável no cinema de ação atual, liderado por Jason Statham (“Corrida Mortal”) e seguido pelo chinês Jet Li (“O Reino Proibido”) e pelo lutador de luta livre Randy Couture (“O Escorpião Rei 2”). É o complemento final, a cereja do bolo dessa mistura que acabou por decepcionar todos que esperavam mais uma grande atuação da parte de Forest Whitaker (“O Último Rei da Escócia”). Alegando os famosos “conflitos de agenda”, o ator se viu obrigado a deixar o projeto e o diretor tomou a discutível decisão de substituí-lo pelo rapper 50 Cent (“As Duas Faces da Lei”), que parece o mesmo personagem filme após filme. Até os fãs do astro de ação reclamaram, ao que ele responder com o seguinte e-mail: “a revolta com a escalação é compreensível, mas não é justa. Um jogador é tão bom quanto seu técnico. Se um homem consegue se comunicar em um tipo de mídia, ele pode se comunicar em qualquer outro meio se tiver apoio”. A boa notícia para os brasileiros? Gisele Itié (“Mandrake”) foi oficialmente anunciada como a atriz brasileira escalada por Stallone, que deve desembarcar logo nas favelas brasileiras para iniciar o processo de filmagem.

Nota de luto: Natasha Richardson

 

Esta é a primeira nota de luto do Filme-Pipoca. Não é fácil explicar o porquê dessa necessidade humana de homenagear quem parte de nosso mundo para um que com certeza é melhor, mas de qualquer forma nem só do futuro vive o mundo do cinema. E futuro era o que não faltava para Natasha Richardson. Nascida a 11 de Maio de 1963 em Londres, ela veio de uma família que muito fez para o cinema. Filha do diretor Tony Richardson (“Ned Kelly”) com a grande atriz Vanessa Redgrave (“Garota, Interrompida”), ela debutou nas telas aos vinte e três anos com a responsabilidade de interpretar a escritora Mary Shelley, autora de “Frankenstein”, na fantasia “Gothic”, obra oitentista menor de Ken Russell (“Tommy”). Daí para frente, encontrou um estrelato moderado e alguns papéis marcantes, como a protagonista do suspense “O Seqüestro de Patty Hearst” e a mulher apaixonada da comédia romântica “Operação Cupido”. Mas foi mesmo no teatro que ela se tornou uma lenda, recebendo um prêmio Tony (o Oscar do teatro) pela remontagem de “Cabaret” na Broadway, onde assumiu com propriedade o manto de Liza Minelli (“New York, New York”) no filme de 1975. Nos palcos, ainda participou de bem-sucedidas versões de clássicos como “Sonho de uma Noite de Verão” e “Hamlet”. Não foi leviana a homenagem das casas de show a sua morte, baixando as luzes dos ambientes em respeito ao luto de quem a viu brilhar. Casada há quase quinze anos com o ator Liam Neeson (“Busca Implacável”), Natasha faleceu em um acidente de ski em Nova York no dia 18 de Março de 2009, algumas semanas depois de seu mais recente filme, a comédia “Garota Mimada”, chegar em DVD ao Brasil. Quem quiser conferir seu trabalho na melhor representação pode começar pelo recente “Ao Entardecer”, provavelmente o filme com o melhor elenco feminino desde muito tempo.

Em memória de Natasha Richardson, *11/05/1963 +18/03/2009.

Bom, pessoal, e por hoje é isso… é meio estranho ver aqueles que ficaram eternizados pelo cinema partirem assim, tão fácil, não? Mas ficamos todos aqui em um minuto de silêncio por Natasha… Os melhores filmes para todos vocês e até amanhã!

5 comentários:

Renan Barreto disse...

Caio, eu nem tô muito aí pros filmes do Thor e do Lanterna não. São persnagens que não fazem muita falta pra mim. Não têm o carisma de um homem aranha ou Batman (batman...). Eu me surpreendi com o homem de ferro e continuo não gostando dos filmes do Hulk. Só vou comentar sobre os heróis porque tô morrendo de sono rs Madrugada já.

Abração!

Jonh Oliver disse...

otimas atualizaçoes, o filme do lanterna axo melhorem nem lançar nao vejo muita graça

Unknown disse...

otima seleção de filmes

se puder
http://sonabrisa.nomemix.com/

Igor Pinheiro disse...

Não to colocando muita fé nesses filmes de super-herói não, nem nas adaptações, acho que tão fazendo demais... Só lembro da Natasha Richardson em Operação Cupido mesmo, muito chata mesmo, a morte dela, mas é isso aí...

Fabio disse...

Realmente a perda de Natasha Richardson é muito sentida...nota muito válida.

Vi o link do seu blog no YR há umas duas semanas e gostei,tenho acompanhado desde então...é muito bom, parabéns.