terça-feira, 24 de março de 2009

Boletim Cinéfilo – As Notícias do Dia (24/03/2009)

De volta às origens

Hoje elas são atrizes versáteis e quase sinônimos de bilheteria lucrativa. Mas quem tem boa memória e se lembra bem do cinema dos anos 90 deve recordar que ambas devem tamanho sucesso ao profícuo gênero das comédias românticas americanas. Liv Tyler apareceu para o mundo como a beleza de olhos azuis da vez do cineasta italiano Bernardo Bertolucci (“Os Sonhadores”) em “Beleza Roubada”, de 1996. Em seguida, engatou uma série de filmes adocicados para se garantir antes de lançar-se a vôos mais altos. Cameron Diaz nunca exatamente deixou de lado o gênero que lhe rendeu a fama definitiva em “O Casamento do Meu Melhor Amigo” e “Quem Quer Ficar com Mary?”, mas digamos que tenha privilegiado escolhas um pouco mais pessoais nos últimos anos, acomodada no rótulo de estrela e tranqüila quanto ao próprio talento, revelado mesmo com “Em Seu Lugar”. Agora, ambas planejam voltar ao estilo que as consagrou para duas produções que já são extremamente esperadas pelos fãs. A morena, filha do vocalista do Aerosmith Steve Tyler, embarcou em “The Romantics”, que promete risos e suspiros na mesma proporção. O filme é um projeto pessoal da estreante Galt Niederhoffer, que dirige e escreve o roteiro, baseado em sua própria obra literária. A trama acompanha um grupo de sete amigos unidos por anos a fio que assiste dois deles se prepararem para casar. Ao que parece, Liv interpretará Laura, que é escolhida como dama de honra do casório, mas já teve um caso passageiro com o noivo. A escolha de Diaz promete ser mais ácida, em contrapartida. “Swingles”, para começar, representaria uma mudança interessante no tipo geral de papel que a atriz costuma interpretar. Ao invés de encarnar a mocinha da história, ela seria uma mulher grosseira e irritante que se junta com um homem solitário, interessado apenas em conhecer garotas descompromissadas através da “amizade”. Outro estreante, Duncan Birmingham, cuja experiência prévia se resume a alguns episódios de “Queer as Folk”, assina o roteiro.

Mundos fantásticos nos esperam

Parece que a gigantesca onda de filmes de fantasia baseados em alguma fonte literária desencadeada por “Harry Potter” e “O Senhor dos Anéis” não planeja perder terreno tão cedo. Com os rumores borbulhando para os próximos filmes do vampiresco “Crepúsculo”, nenhum estúdio quer perder tempo para embarcar no sucesso e garantir a própria franquia para encher os cofres. Depois de abandonar a infrutífera “As Crônicas de Nárnia” ao relento (a série já encontrou novo abrigo, na Universal), a Disney tenta se redimir e recuperar a supremacia no campo dos mundos fantásticos com “Coração de Pedra”, adaptação da primeira parte da ainda inacabada trilogia escrita por Charlie Fletcher. O livro, lançado em 2006, se tornou best-seller, mas encontrou divisão entre os críticos. Alguns o consideraram uma história emocionante e “escrita com elegância e inteligência”, outros se limitaram a dizer que era “tedioso e mais longo do que o necessário”. De qualquer forma, não deve demorar muito para tirarmos a prova nos cinemas, acompanhando a história do introvertido garoto londrino George Chapman, que entra em um mundo onde as estátuas tem vida depois de quebrar um pedaço de um gárgula. Como não poderia deixar de ser, a presença do garoto por lá provoca um desequilíbrio catastrófico entre o bem e o mal, provocante uma apoteótica guerra entre estátuas de seres humanos e as de bestas mitológicas. Enquanto a Disney dá vida a estátuas, seu pupilo Andy Fickman (“A Montanha Enfeitiçada”) procura alguém para bancar “Gimme a Call”, adaptação do romance juvenil escrito por Sarah Mlynowski sobre uma garota insatisfeita com a vida que deixa o celular cair em uma fonte e, quando o pega de volta, descobre que a única ligação que pode fazer é para si mesma... quando tinha 14 anos.

Elenco explosivo

Não bastou para o londrino Peter Morgan destrinchar o “reinado” do ditador Idi Amin (“O Último Rei da Escócia”), a frieza da rainha Elizabeth II frente a morte da Princesa Diana (“A Rainha”), a traição do rei Henry Tudor (“A Outra”) ou a entrevista auto-acusatória de Richard Nixon (“Frost/Nixon”). Roteirista de mão cheia e precisão cirúrgica para lidar com política e intrigas de poder, Morgan quer mesmo é mais polêmica. E para sua estréia na direção escolheu como alvo uma ferida ainda mais recente na mente do povo americano. Se Watergate foi o fim da diplomacia política e da confiança inter-partidária que havia na pacífica América, o escândalo Lewinski foi além e destruiu qualquer vestígio de moralidade ou seriedade que pudesse haver dentro da Casa Branca. Em 1996, era o democrata Bill Clinton quem ocupava o cargo-maior da política americana, tendo ao seu lado o vice-presidente Al Gore e a primeira-dama Hillary Clinton, reconhecidamente uma das mais ativas politicamente da história dos EUA. Tudo ia bem, Clinton fechava negócios e fazia diplomacia, quando escutas telefônicas empreendidas pela secretária Linda Tripp revelaram o relacionamento adúltero entre o presidente e sua estagiária, Monica Lewinski. As notícias encheram os jornais e abalaram as estruturas do moralismo conservador americano. Clinton chegou a mentir em cadeia nacional para manter o mandato. O ponto mais notável do caso? O apoio da primeira-dama ao marido, que disse acreditar em suas palavras mesmo com Lewinski cedendo às pressões e admitido o caso com o comandante-em-chefe algum tempo depois. De bobo para lidar com um caso tão delicado, Morgan não tem nada. Para interpretar uma mulher tão notável quanto Hillary, ele escalou a lindíssima e talentosa ao cubo Julianne Moore (“Boogie Nights”). Além dela, o roteirista planeja repetir em “The Special Relationship” a vitoriosa parceria com Michael Sheen (“Frost/Nixon”), que voltará a encarnar o premiê britânico Tony Blair, papel que desempenhou em “A Rainha”. Dennis Quaid (“O Vôo da Fênix”) deve envelhecer um par de anos para viver Clinton.

Bom, pessoal, e por hoje é só isso mesmo. Sei que ainda não teve críticas, mas vou tentar preparar uma para vocês amanhã, certo? Enfim, agora quero agradecer a todos os comentários nas postagens de ontem, é sempre bons receber respostas tão positivas! Bom, então os melhores filmes para todos vocês e até amanhã!

3 comentários:

Fabio Christofoli disse...

Sou fã de filmes de fantasia! Aliás, primeiramente sou fã dos livros e gosto de ver se minha imaginação bate com a do diretor depois. Eu adoro as Crônicas de Nárnia, mas confesso que houve alguns erros que fizeram o filme, que poderia ser brilhante, se tornar meio bobinho e sem fundamento. A Universal vai manter o mesmo elenco né?

To sempre passando por aqui tbm!

abraço

Renan Barreto disse...

Cara, as notícias de hoje foram excelentes. E é isso que gosto, notícia nada parcial e cheia de adjetivos. Esses textos secos que a gente aprende na faculdade pra parecer robô é chato à beça.

Bem, está tardão e tenho que agradecer pela força, mas não esquece de votar quando puder. Tá lá na comunidade MELHOR OPINIAO> rs

Valeu,Caio!

Diego Rodrigues disse...

Dennis Quaid como Clinton? Desde ontem ando encucado com isso. Os produtores têm que repensar melhor esta escolha!