Câmera pop
Diretor de clipes para gente pouco conhecida do grande público antes de migrar para o cinema e logo de cara ganhar a simpatia dos fãs de horror com o bom Madrugada dos Mortos, Zack Snyder é a prova mais recente de que o caminho para o sucesso na terra do cinema do novo século é mesmo o dos vigilantes mascarados. No que tange a ele, ao menos, o trampolim para a fama tem classe. Foi na missão hercúlea de adaptar para o cinema a maior saga heróica dos quadrinhos, o clássico Watchmen, que Snyder tomou de assalto a capital do cinema. Mesmo com uma bilheteria nem tão impressionante, o thriller de super-humanos comprou para o diretor a credibilidade de um homem com “um filme sério” no currículo e ainda abriu as portas de dois projetos que os fãs do estilo caótico de sua câmera esperam com ansiedade. Especialmente aqueles que se divertiram com a extrapolação histórica e o impacto visual de 300, engodo baseado em uma graphic novel de Frank Miller que explodiu mundo afora com sua adrenalina a flor da pele. Sim, a prioridade de Snyder no momento é a continuação do épico da Grécia antiga estrelado por um visceral Gerard Butler (Encurralados) em 2006. A continuação, que deve sair em 2011 e está em processo de pré-produção e roteirização, continuará acompanhando o avanço das tropas persas, comandadas pelo Xerxes que o brasileiro Rodrigo Santoro (Carandiru) representou no primeiro filme, através do território grego após passar por cima das três centenas de soldados reunidas por Leônidas. Conhecidos historicamente como Guerras Médicas, os confrontos entre gregos e persas duraram mais de dois séculos e passaram por pelo menos cinco grandes batalhas. Duas delas, segundo disse Snyder, vão se misturar as conseqüências da morte de Leônidas na trama do segundo filme. A primeira seria a de Salamina, ilha onde as marinhas dos dois lados da guerra se enfrentaram, que marcou a primeira vitória grega frente aos persas. Já a segunda seria a de Platea, cidade que assistiu a 10.000 espartanos se defenderem das numerosas forças persas. Ao mesmo tempo em que desenvolve o roteiro da continuação ainda sem título oficial, Snyder finaliza a fantasia Sucker Punch, seu primeiro trabalho como diretor que possui um roteiro original. A primeira frase de efeito divulgada define o filme como “Alice com metralhadoras”, o que casa bem com a trama sobre uma garota problemática que é internada em um hospício por seu padrinho perverso e imagina um violento universo alternativo enquanto espera para se submeter a uma lobotomia. No processo de definição do elenco, Snyder surpreendeu ao anunciar que a boa moça Vanessa Hudgens (High School Musical) seria a intérprete de Blondie, a protagonista. Para atuar ao lado da garota, Snyder escalou outros talentos jovens de Hollywood, a exemplo de Emily Browning (Desventuras em Série), Jena Malone (Donnie Darko), Jamie Cheung (Dragonball: Evolution) e Abbie Cornish (Candy). As filmagens devem terminar no próximo mês, e Sucker Punch deve ser lançado por volta de Março de 2010.
A rede no cinema
200 milhões é um número expressivo em muitas situações, mas talvez seja na capital do cinema que essa determinada quantia adquira um significado cabalístico. No mundo de cifras da Hollywood capitalista, a marca no começo desse texto representa a meta inicial de qualquer estúdio que pretenda ter um sucesso no currículo. É ao passar das duas centenas de milhões em solo americano que blockbusters ganham definitivamente esse nome atrelado a seus títulos. Talvez por causa desse significado obscuro mas bem conhecido dos que acompanham as bilheterias internacionais, a história surpreendente do site de relacionamentos Facebook tenha atraído os grandes estúdios antes do que qualquer outra. Criado em 2004, quando a mania de se relacionar socialmente na rede já era quase unanimidade, o Facebook rapidamente se tornou mania em terras americanas, ultrapassando os concorrentes em número de usuários em pouco tempo. Hoje, o site é um dos maiores do mundo, o maior em território ianque, e possui nada mais nada menos que 200 milhões de associados, amealhados durante os cinco anos que está no ar. Atenta para a crescente fatia do público que quer ver modernidade e tecnologia aliadas a boas tramas no cinema, Hollywood tratou de buscar a história da criação do site e já tem um projeto pronto para decolar nos próximos anos contando essa trama real. The Social Network ganhou força com o envolvimento do renomado roteirista Aaron Sorkin, gênio por trás de filmes como Jogos do Poder e Questão de Honra, pelos quais foi indicado ao Globo de Ouro de melhor roteiro. A versão final de Sorkin para a trama foi aprovada pela Columbia no último dia 24, e a notícia de que o roteiro estava pronto para chegar as vias de fato atiçou os rumores de que David Fincher, recém-nominado ao Oscar pelo trabalho em Benjamin Button, estaria negociando para assumir as câmeras do projeto, que ganhou a atenção da mídia especializada. A história, ao que parece, é focada na figura de Mark Zuckerberg, que era um estudante de 19 anos em Harvard quando teve a idéia de criar um novo site de relacionamentos, despreocupado com sua repercussão, e viu sua criação crescer em pouquíssimo tempo. O fenômeno da Internet parece de fato ter provocado alguma agitação nos corredores dos estúdios, tanto que menos de um dia depois do anúncio que o projeto estaria pronto para ser filmado já surgiram os primeiros candidatos ao papel principal. Segundo as últimas notícias, a longa lista montada pelo estúdio tem no topo os nomes de Michael Cera (Juno), mais acostumado ao tipo nerd que Zuckerberg fazia, e Shia LaBeouf (Transformers), que possui uma credibilidade grande com o público americano. Mal o projeto começou a ser filmado, porém, e as primeiras críticas, vindas do site CNET, já vieram, afirmando que o roteiro de Sorkin é equivocado e trata o protagonista como um “nerd desagradável”.
Risos em português
Protagonizada por dois atores bastante ativos no cinema nacional, a série cômica Os Normais pode até ter tido uma vida bem curta na telinha, com três temporadas exibidas, mas as loucuras do casal Rui e Vani continuaram vivas no cinema um ano depois do fim da série, quando o filme protagonizado pelos dois foi lançado nos cinemas e se tornou um dos poucos filmes nacionais a alcançar um milhão de espectadores no ano. Ganhou o espectador, que riu a beça com a história do casamento do casal neurótico encarnado com gosto por Fernanda Torres (Saneamento Básico) e Luís Fernando Guimarães (O Que é Isso, Companheiro?). Passaram-se quase meia década desde então, e numa época em que as comédias dominam o panorama do cinema brasileiro e aos poucos vamos nos tocando que o medo de ser popular tem matado nossa sétima arte, nada mais natural que o maior símbolo dessa transição de cinema marginal para cinema popular entre em cena mais uma vez. Em filmagens desde o começo do ano, o novo longa protagonizado pelo “casal mais normal do mundo” tem uma trama polêmica, coadjuvantes estelares e um trailer não menos que hilário lançado na rede, que pode ser conferido aí em cima. As primeira informações liberadas da continuação vieram em janeiro, quando o roteiro foi entregue pelos mesmos autores do script do primeiro filme. O casal Alexandre Machado e Fernanda Young, responsáveis pelo recente Muito Gelo e Dois Dedos D’Água, tramou a nova história, que envolve Rui e Vani na busca por um terceiro elemento, que viria para apimentar a relação. Em uma única noite, os dois percorrem Copacabana em busca da terceira pessoa ideal para completar o ménage a trois, passam por um hospital onde a prima de Vani vai internada após um “acidente” na relação e até vão parar em um centro espírita onde acontecem jogos sinistros. O subtítulo do filme, A Noite Mais Maluca de Todas, promete tantas boas piadas quanto o trailer, embalado por uma versão trash de “Livin’ La Vida Loca” e que revela diversas participações globais no decorrer do filme. Sob a direção do mesmo José Alvarenga Jr do primeiro filme, que vem recém-saído do sucesso de Divã para a direção de um time de estrelas que promete risadas antológicas. Isso porque entre as candidatas a complementar a relação a três estão Cláudia Raia, em seu primeiro papel no cinema desde Boca de Ouro, Danielle Winits (Sexo com Amor?), Alline Moraes (Fica Comigo Esta Noite), Drica Moraes (Amores Possíveis) e a novata Danielle Suzuki. Além do time feminino, o experiente Daniel Dantas (Caixa Dois) atua na pele de um amigo esquecido de Rui. A comédia está marcada para estrear em 28 de Agosto próximo.
Nota de Luto: Farrah Fawcett (1947-2009)
A vida é uma coisa engraçada. Permanecemos nela por um tempo tão arrastado e tão fugaz, passamos por ela tendo que tomar decisões, seguir caminhos, fazer escolhas, ser quem somos, mesmo que não saibamos o porquê de sermos assim. No final, tu do fica entre os que lutaram e os que desistiram. Não há dinheiro, não há fama, não há nenhuma conquista de vida que seja capaz de parar a jornada impiedosa que fazemos a cada dia em direção ao fim desse bem tão precioso que chamamos de vida. A pergunta final, para qualquer um: valeu a pena? A impressão que fica é que, para Farrah Fawcett, valeu. Derrubada pelo câncer que a acometia a uma trinca de anos, a atriz texana havia acabado de lançar o documentário para televisão Farrah’s Story, que registrava sua luta contra a doença e os dilemas de uma mulher que não sabia se valia a pena voltar para uma vida antiga, que havia ficado para trás, quando já estava a beira da morte. Uma semana antes de sucumbir as amarguras da vida, Farrah decidiu aceitar o pedido de casamento do ator Ryan O’Neil, protagonista do clássico Love Story, com quem havia se unido extra-oficialmente por dezessete anos antes do fim do relacionamento, treze anos atrás. Em vida, Farrah teve uma carreira brilhante que deve seu ponto de decisão ao ator Lee Majors, protagonista da popular série O Homem de Seis Milhões de Dólares e responsável pela escalação da então namorada para o papel principal da comédia Myra Breckinridge, baseada em uma novela do sempre polêmico Gore Vidal (Calígula). Não dá para dizer que a obra foi um sucesso de bilheteria, mas serviu de trampolim para a texana engatar uma série de papéis ascendentes até chegar, seis anos depois, ao clássico Fuga do Século 23, onde chamou a atenção do bem-sucedido produtor Aaron Spelling, que a convidou para protagonizar sua nova série de TV, sobre um trio de espiãs de uma organização misteriosa que eram comandadas por um estranho chamado Charlie. Sim, estamos falando de As Panteras, a série clássica, que lançou Farrah ao estrelato e teve quatro explosivas temporadas exibidas entre 1976 e 1981. Dedicada como era ao papel, Farrah fez pouco enquanto atuava na televisão, mas tratou de por em dia a carreira cinematográfica logo após do fim da série, quando atuou no clássico Quem Não Corre Voa e ganhou suas primeiras indicações ao Globo de Ouro, no campo televisivo pelo polêmico e violento Cama Ardente, e no cinematográfico pelo suspense cult Seduzida ao Extremo. Ainda na década de 1980, voltaria ao prêmio da imprensa americana pelos desempenhos nos telefilmes Caça aos Nazistas, Pobre Menina Rica e Sacrifício Final. A virada da década trouxe-lhe um amargo esquecimento até 1997, quando o drama O Apóstolo a trouxe de volta a voga mais pela polêmica do tema do que pela relevância do seu papel. Desde então, se destacou na comédia Dr. T e as Mulheres, do falecido Robert Altman (A Última Noite) e com participações em séries como Spin City e The Guardian. Lutando com o câncer desde 2006, Farrah Fawcett sucumbiu a doença após diversas internações. Tinha 62 anos, quarenta deles dedicados a atuação, deixou um filho e um amor que não viu o casamento acontecer.
Nota de Luto: Michael Jackson (1958-2009)
Não é fácil falar de alguém que recebeu o título de “rei do pop” por méritos próprios indiscutíveis e jogou esse título fora com besteiras, polêmicas e processos judiciários. Afinal, em mais de três décadas de carreira, o americano do estado da Indiana nunca deixou que seu nome ficasse fora de voga, de uma forma ou de outra. Tudo começou no final da década de 60, quando o grupo musical Jackson Five surgiu para o mundo vendendo discos feito água e emplacando um número impressionante de músicas nos topos das paradas. Para um país recém-saído da luta de direitos raciais, era quase um milagre em se tratando de um quinteto de jovens negros, irmãos, cuja figura central era o caçula, Michael. Revelados pela cantora e atriz Gladys Knight (Em Busca do Dólar), o grupo explodiu na lendária gravadora de artistas negros Motown, que ganhou um fenômeno pop para chamar de seu com o quinteto. A adaptação de grupo vocal infantil para super-popstars da era disco foi o golpe final para Michael começasse a brilhar mais do que os irmãos. Em 1983, o grupo se dissolveu e o irmão mais famoso seguiu carreira solo, estreante logo com o álbum mais vendido de todos os tempos, o lendário Thriller. 50 milhões de cópias vendidas, 37 semanas no topo da Billboard e uma dupla de clipes revolucionários para a arte de promover músicas através de imagens. Antes de falar sobre o videoclipe mais cinematográfico de todos os tempos, porém, é bom lembrar que Michael já havia demonstrado sua paixão pela sétima arte ao encarnar o Espantalho na versão setentista da história O Mágico de Oz, dirigida pelo mestre Sidney Lumet (Um Dia de Cão), que não se tornou o sucesso tamanho que se esperava. Persistente em suas obsessões, porém, Michael chamou o célebre cineasta John Landis (Trocando as Bolas), mestre da comédia que fez do videoclipe de “Thriller” um dos maiores hits da história e um marco para geração MTV de fãs de música. Sinônimo de sucesso após o álbum, o cantor ainda firmou uma das maiores parcerias da história dos videoclipes com o grande Martin Scorsese (Gangues de Nova York), diretor de “Bad”. A década de 1990, porém, trouxe as primeira polêmicas para a carreira do cantor, que começou a ser visto com a pele mais clara e modificações no rosto, supostamente provocadas por vitiligo, uma doença que deforma o rosto, e por cirurgias plásticas. O cinema continuou em sua vida com lançamentos como a coletânea de curtas Moonwalker, lançada diretamente em vídeo, e curtas-metragens de ficção como Captain EO, dirigido por Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão), e Ghosts, desabafo em forma de filme de horror feito pelo mestre dos bonecos Stan Winston (Muppets). Casos de pedofilia, álbuns que vendiam cada vez menos, polêmicas em relação a seus filhos, dos quais Michael nunca mostrou o rosto, e a dois casamentos fracassados acabaram levando o cantor a uma reclusão que só foi revertida recentemente, quando anunciou que faria uma turnê ao redor do mundo. O primeiro show seria ainda na primeira semana de Julho, mas os fãs foram deixados na expectativa e na tristeza com a notícia da morte do ídolo, de causas ainda não esclarecidas, a 25 de Junho último. Michael deixou três filhos e milhões de fã. Mas o trono de rei continua ocupadíssimo.
Em memória de Farrah Fawcett *02/02/1947 +25/06/2009
Em memória de Michael Jackson *29/08/1958 +25/06/2009
Bom, pessoal, e por hoje é isso mesmo… infelizmente em luto pela morte de duas pessoas tão importantes para o cinema e, no caso de Michael, para a música… meus pêsames aos fãs de ambos… mas a vida continua, senhoras e senhores! O jeito é seguir em frente. Por enquanto, os melhores filmes para todos vocês e até mais!
6 comentários:
Jurava que tinha comentado aqui antes, mas vamos lá então. 300 2?!!! Caraca isso é uma ótima noticia. Só espero que o Rodrigo Santoro esteja melhor nesse novo longa.
Os normais 2 hahah Eu ri de chorar com eles. É muito bom. Pena que acabou. Deveria ter os normais até hoje. Era ótimo.
Farrah e o Michael... Eu tava ouvindo Ben do Jackson Five e cara, aquilo me deu uma depressão imensa... Pensar naquele moleque neguinho talentosíssimo... Me deprimiu e a Farrah linda. Vi um vídeo sobre ela... Fiquei triste também... Love story... Caio, eu li em um dia e comento no outro que blogueiro desavisado e imbecil eu sou, hein srsrs Mas fique sabendo que o teu é o blog sobre cinema que eu mais gosto. Valeu!!!!!!!!!!!!
300 2?? lOl...não prco mesmo, vai ser uma loucura!
Os Normais? Não vi nem o primeiro, boa dica, gostava do programa e tals, mas sabe quando cai no esquecimento?
Farrah não linada sobre ela...mas sei que foi a pantera loira [rs]... e Michael, nunca fui fã, mas me sinto triste de ver que alguém que trouxe tantas coisas boas caiu nas más línguas e morreu numa condição tão triste. Mas ele deve estar feliz com as homenagens.
acho q vai ficar bom o os normais!!
=]
Não sou fã de 300, então provavelmente não estou ansioso pela continuação.
Os Normais 2 não me agrada nenhum um pouco. A série de TV, que tinha piadas até inteligentes para uma comédia global, virou filme e eu gostei. Me diverti e tal. Mas o trailer me decepcionou totalmente. Perdeu um pouco do Rui e Vani. Bom, trailer é trailer... Só resta esperar pelo filme...
Já sobre as duas mortes, realmente tristes. Ainda mais pela idade de ambos. Porém, não dá nem pra se recuperar desta, já que teve pelo menos mais três recentemente. O cinema tá perdendo muito neses últimos anos... =/
Não gostei muito de 300, realmente não sei se é bom. Farrah e Michael realmente merecem luto. Sobre " Os normais 2" espero que seja divertido como o primeiro, mesmo sendo pesado.
Bom, passei aqui também pra avisar que meu blog voltou, com podcast, se puder passar lá, agradeço:
http://tvecine.blogspot.com/
Cara, tem um selo lá no meu blog pra ti. Quando puder dar uma passadinha lá pra olhar...
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