Alice no país das bizarrices
O mundo conhece Alice como uma adorável garota inglesa que num dia qualquer se vê encolhendo, seguindo um coelho branco preocupado com as horas e entrando por uma portinhola que conduz a um mundo de cores vivas e habitantes no mínimo excêntricos que nem sempre a recebem bem. Protagonista de País das Maravilhas e da bem menos conhecida seqüência Através do Espelho, a personagem foi criada pelo escritor britânico Lewis Carroll para entreter as crianças da Inglaterra vitoriana, mas sua eternização no imaginário popular acabou vindo somente no século passado, através da animação feita pela Disney dos tempos áureos. Lançado em 1951, o filme do estúdio do rato se tornou um sucesso instantâneo e uma espécie de incorporação irrevogável a cultura popular, tomando posto de destaque entre os clássicos do estúdio. Dito isso e devidamente se respeitando a excelência da Disney em lidar com o público, o fato é que a verdadeira Alice promete chegar aos cinemas apenas agora, nas mãos mais do que competentes do diretor Tim Burton, responsável por fábulas capazes de mexerem tanto com o público infantil quanto com o adulto, a exemplo do eterno Edward Mãos-de-Tesoura. É bem verdade que a conversa agora é outra, mas a expectativa que as primeiras imagens do filme de Burton criaram tanto entre o espectador médio de cinema quanto entre os mais entendidos no assunto é algo que provavelmente não tem precedentes nesse século. É o cineasta mostrando de uma vez por todas como agradar a gregos e romanos, manter o espírito da Disney, que ainda tem seu nome encimado ao pôster da obra, e criar uma obra mais madura, mais ousada e acima de tudo mais fiel ao material original. Isso sem contar que Burton reuniu o melhor de seu time de colaboradores para tornar ainda mais interessante uma trama que por si só já ascende em qualquer um com um mínimo de sanidade a chama do desconhecido e do bizarro. O primeiro a embarcar, como sempre, foi Johnny Depp (Sweeney Todd), que consagra a sétima colaboração com o diretor no papel do Chapeleiro Maluco, uma das bizarras figuras que se senta a mesa de chá com a protagonista, que por sua vez seria defendida pela australiana Mia Masikowa, que pode ser vista recentemente no drama de guerra Um Ato de Liberdade. A partir daí, o elenco começou a crescer e ganhar a atenção de toda a imprensa especializada. Começou com Michael Sheen (Frost/Nixon) assumindo como o Coelho Branco, passou pela esposa do diretor, Helena Bonham-Carter (Harry Potter) encarnando a Rainha Vermelha na sexta parceria com o marido, e chegou até a badalada Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada) no papel da irmã aprisionada da vilã. Outros antigos colaboradores do diretor, Alan Rickman (Perfume) embarcou como a Lagarta para o segundo filme ao lado do cineasta, e Christopher Lee (O Senhor dos Anéis), cujo papel continua um segredo, incrementou a lista dos filmes de Burton pela quarta vez. Sob o roteiro de Linda Woolverton (Mulan), as filmagens começaram em Outubro último e as primeiras imagens surpreenderam os que esperavam por novidades, encantaram os fãs de um bom visual e não desapontaram os fãs do diretor. Uma pequena amostra da caracterização de Carter e Depp está aí em cima, para quem anda ansioso pelo mundo das maravilhas góticas de Burton. A data para conferir o produto completo? Abril de 2010.
O horror da nova estrela
Ao contrário do que muita gente deve ter pensado quando viu aquele rosto perfeito estampar as cenas mais, digamos assim, interessantes de Transformers, Megan Fox está se saindo uma estrela bem ousada, especialmente para tempos em que a terra do cinema aceita qualquer coisa, menos correr riscos. Desde que surgiu, já dois anos atrás, no filme de robôs gigantes comandado pelo mestre da ação Michael Bay (A Ilha), a lindíssima atriz americana já se arriscou em um drama independente que nem mesmo conseguiu sair do circuito de festivais e ainda interpretou uma espécie de paródia de si mesma na comédia Um Louco Apaixonado, que chegou a terras nacionais direto para vídeo, tudo antes de retornar à série que a alçou a fama na continuação lançada há pouco tempo nos cinemas. Jogada esperta, aliás, uma vez que a bilheteria astronômica da continuação garantiu um pouco mais de audiência para o já bastante esperado terror Jennifer’s Body, projeto de estimação da estrela desde o final de 2007, quando assinou o contrato para ser a protagonista da história sobre uma líder de torcida adolescente que é possuída por um demônio e começa a seduzir os rapazes de sua classe apenas para matá-los durante o ato consumador da relação. O próprio resumo da trama, anunciado apenas um mês depois da chegada de Fox ao projeto, atiçou a curiosidade da mídia especializada, que deu muito mais atenção a qualquer notícia do projeto após o surgimento do rumor mais do que óbvio de que a atriz poderia ter sua primeira cena de nudez no filme. Enquanto nada em relação a isso era revelado, Jennifer’s Body ganhou a simpatia do diretor Jason Reitman (Juno), que preferiu bancar a realização na cadeira de produtor e abriu espaço para a nova-iorquina Karyn Kusama, responsável pela aventura Aeon Flux, assumir o comando das câmeras. Com tantos nomes notáveis envolvidos, porém, o cargo mais comentado da produção era o de roteirista, ocupado pela badaladíssima Diablo Cody, recém-laureada com o Oscar pelo trabalho no fenômeno pop-indie Juno. Após o texto ter sido concluído e entregue a produtora, o elenco ao redor de Fox começou a se formar e ganhou a adesão de outra estrela ascendente, a britânica Amanda Seyfried, saindo diretor dos sets iluminados de Mamma Mia para o escuro de terror com a metralhadora pop de Diablo debaixo do braço. Quem também embarcou foi Adam Brody, tomando o centro do palco em seu primeiro papel de destaque depois do fim da série The O.C., da qual foi figura central entre 2003 e 2007. Ao que parece, porém, o personagem do ex-galã teen televisivo não é outra das incautas vítimas da protagonista. Segundo a própria Megan Fox, em entrevista a MTV: “Jennifer é sacrificada injustamente pela banda do personagem de Adam Brody, que faz um pacto com o diabo para consegui lançar um CD. Então, ela acaba possuída por um demônio. Eles pensavam que ela era virgem, mas erraram. Jennifer acaba tendo que se alimentar de sangue humano, então decide matar garotos para sobreviver”. Nem tudo, afinal, é o que parece no mundo pop de Cody.
Gênese do rock
Certas bandas são tão fortes em seu conceito inicial que não precisam de muito tempo para fazer história. O The Runaways teve seus quatro meteóricos anos de sucesso em meados da década de setenta, uma carreira que não seria tão notável em circunstâncias normais, e terminou em meio a brigas internas quando a divisão do dinheiro se tornou mais importante que as decisões sobre o próximo disco. Ou seja, uma trajetória comum, quase ordinária, se não fosse pelo fato que o The Runaways foi o primeiro conjunto de rock formado apenas por mulheres a ver a luz dourada do sucesso internacional. Isso apenas quando suas integrantes estavam juntas, é claro. Depois daqueles quatro anos, a vocalista Joan Jett se tornou a voz de toda uma geração ao entoar, ao lado da banda The Blackhearts, a versão mais famosa do histórico “I Love Rock n’ Roll”, e ainda de brinde conseguiu ser a primeira mulher a fundar e comandar uma gravadora própria. Enquanto isso, a tecladista Cherie Currie conciliou com maestria uma carreira no rock alternativo e eventuais investidas no campo da atuação, onde chegou a se destacar ao lado de uma jovem Jodie Foster no hit adolescente dos anos oitenta Gatinhas e Gatões. A dupla, que já era centro das atenções no palco das apresentações da banda, deve formar também o foco principal de The Runaways, a cinebiografia que Hollywood está produzindo em um ritmo alucinante para ser lançado ainda este ano, quando se comemoram as três décadas da separação da banda. O roteiro está pronto desde o final do ano passado, e é assinado pela italiana Floria Sigismondi, que deve também ocupar a cadeira de diretora no filme, sua estréia em longas-metragens após uma longa experiência no mundo dos videoclipes, tendo no currículo trabalhos com gente do naipe de White Stripes e The Cure. A óbvia força das personagens femininas no texto não demorou a chamar a atenção de duas das maiores estrelas juvenis da nova geração, que atraíram mais atenção da mídia para o projeto. A primeira a embarcar foi Kristen Stewart, que saiu direto dos vigiados sets da franquia Crepúsculo para assumir o visual eternizado por Jett, que acabou se tornando uma espécie de padrão feminino no mundo do rock. A personagem, aliás, rima muito mais com o restante da carreira de Kristen, que sempre foi do tipo de se arriscar em dramas autorais e personagens complexos, do que a inocente Bella da nova mania teen. Curiosamente, sua companheira de cena toma o caminho contrário e assume a persona de Cherie Currie como uma escolha atípica para seu currículo. Famosa pela boa atuação em filmes infantis e papéis coadjuvantes, Dakota Fanning (Guerra dos Mundos) mostra mais uma vez o quanto cresceu e começa a tomar decisões ousadas que apontam para um futuro muito interessante. De qualquer forma, se o que Dakota quer é ter a estatueta do Oscar cada vez mais perto de suas mãos, então ela pode comemorar, especialmente porque vai contracenar com Michael Shannon, recém-indicado ao prêmio da Academia pelo trabalho de coadjuvância em Foi Apenas um Sonho. Shannon encarna no filme o empresário ambicioso da banda, que a propósito é completada pela desconhecida Stella Maeve (Harold), que assume as baquetas de Sandy West, pela estreante Alessandra Torresani, dona da palheta da guitarrista Lita Ford, e pela ascendente Alia Shawkat, mais conhecida por um papel fixo na série Arrested Development, que deve viver a baixista Micki Steele. A primeira foto da dupla principal caracterizada (aí em cima) foi liberada pelo site Just Jared.
A outra Verônica
Por mais que se critique sua obra e seu talento, é inegável que Paulo Coelho é o escritor brasileiro cujas obras mais forte repercutem fora das fronteiras de nosso país. Veronika Decide Morrer é a decida quinta obra do currículo do escritor, e versa sobre uma garota eslovena, jovem e linda, que aparentemente sem motivo decide cometer suicídio, mas falha em sua tentativa e acaba indo parar em uma instituição de doentes mentais onde se torna parte de uma experiência para testar a reação de pessoas que sabem terem poucas semanas de vida. Sua experimentação vai do amor por outro paciente da instituição, um esquizofrênico, até o ódio e a aversão pela manipulação que seu próprio psiquiatra faz de sua mente. Mesmo com apenas onze anos desde seu lançamento, Veronika Decide Morrer se tornou uma espécie de clássico precoce do teatro americano, sendo montado com diferentes elencos e produções a cada ano, já inspirou não-oficialmente um filme japonês e ainda teve as mais diversas repercussões mo mundo da música, se tornando o título do terceiro álbum de uma banda de metal dinamarquesa e ainda inspirando uma música do cantor punk Billy Talent, chamada “Saint Veronika”. Ainda assim, a terra do cinema precisou de uma década e mais um ano para se considerar pronta para traduzir uma obra tão comentada desde seu lançamento para imagens. Veronika Decide Morrer ganhou seus primeiros rumores de origem hollywoodiana em setembro passado, quando a envolvida para atuar como a protagonista era a badalada Kate Bosworth, ainda no embalo por ter assumido o manto de Lois Lane em Superman – O Retorno. O roteiro era o mesmo, assinado por uma dupla capaz de causar arrepios nos produtores que gostam de se garantir nas bilheterias. Larry Gross é o homem por trás de Geração Prozac, cruel retrato de uma juventude perdida que causou tanta polêmica que foi descaradamente impedido de chegar aos cinemas brasileiros. Roberta Hanley, dona do segundo crédito pela adaptação do livro, também teve sua dose de polêmica com As Virgens Suicidas, um drama pesado sobre um grupo de jovens religiosas que se tornam motivo de mistério após uma delas se suicidar, e o filme que marcou a estréia arrebatadora da hoje célebre Sofia Coppola (Encontros e Desencontros) na direção. De qualquer forma, o tempo se passou após o anúncio de Bosworth como protagonista e a falta de novas notícias era quase preocupante. Foi só em março último que os fãs puderam respirarem aliviados com a divulgação que a nova protagonista do filme seria Sarah Michelle Gellar, mais conhecida pelo papel principal da série Buffy e do filme de terror O Grito. Junto com sua presença veio a formação de um elenco que agradou a imprensa especializada, apesar de não possuir nenhum astro de primeira grandeza na lista. David Thewlis, ator britânico conhecido como o professor Lupin da franquia Harry Potter, deve encarnar o doutor inconseqüente que mente para Veronika, dando-lhe pouco tempo de vida, apenas para estudar sua reação. Enquanto isso, Erika Christensen (Plano de Vôo) e a recém-nominada ao Oscar Melissa Leo (Rio Congelado) atuam na pele de pacientes da clínica psiquiatra que deve ser o cenário de boa parte do filme, dirigido pela inglesa Emily Young, mais conhecida em seu país por Kiss of Life. O filme, que deve estrear em agosto, teve seu primeiro trailer lançado na Internet recentemente.
Ryan. Jack Ryan.
Jack Ryan é um cara de sorte. Desde que foi criado pelo escritor americano Tom Clancy como o sumo estrategista que toma o centro dos holofotes em uma conspiração das mais cabeludas na novela Caçada ao Outubro Vermelho, lançada originalmente em 1984, o personagem se tornou figura central de boa parte da obra do escritor, uma espécie de patrimônio nacional dos Estados Unidos e ainda foi presenteado pelo seu criador com uma carreira surpreendente e meteórica que o conduziu em velocidade alucinante desde um dos cargos mais baixos da CIA até o posto de presidente americano, perpetrado em sua sétima aventura, Dívida de Honra. E o destino afortunado do personagem não para por aí. Seis anos de algumas continuações depois de se lançado no meio literário, em 1990, Caçada ao Outubro Vermelho deu a Ryan sua primeira e mais marcante investida cinematográfica, dirigida por John McTiernan (Duro de Matar) e estrelada pelo então mega-astro Alec Baldwin, hoje bem acomodado com seu papel na sensacional 30 Rock. Os próximos anos viram o mito de Ryan crescer no cinema com duas novas aventuras, dessa vez encabeçadas pelo diretor Philip Noyce (Em Nome da Honra) e pelo astro-maior do século passado Harrison Ford (Indiana Jones). Depois do terceiro filme da franquia ser lançado em 1994, a capital do cinema pareceu ter desistido do mundo de intrigas povoado por Ryan, mesmo que os filmes não tenham decepcionado no âmbito comercial, o que só acabou acontecendo com A Soma de Todos os Medos, prequel que mostrava o começo da carreira do agente, dessa vez interpretado por Ben Affleck, que havia acabado de afundar sua carreira com Contato de Risco. Logo após o que parecia ser a derradeira aparição de Ryan na tela grande, porém, Clancy inovou em sua série com O Dente do Tigre, enorme sucesso que apresentava ao leitor o filho do agente, que ressoa como o substituto do pai no papel principal das aventuras do escritor. Foi o que era preciso para que o interesse de Hollywood nas histórias de Ryan reascendesse e os primeiros rumores, datados no começo do ano passado, davam conta de um nome de classe para comandar as câmeras do novo filme, ainda sem título ou sinopse. Ao que parece, porém, Sam Raimi preferiu honrar seu compromisso com a série do super-herói aracnídeo que vem comandando desde o primeiro capítulo e deixou o cargo principal da aventura vago como está até hoje, mesmo que o roteiro já esteja quase finalizado. Quem assina o texto, aliás, é o iraniano Hossein Amini, responsável pelo drama de guerra As Quatro Plumas, lançado em 2002. A notícia mais recente desmente os boatos de que a idéia seria tornar Ryan mais jovem para se adequar ao mundo da espionagem do século XXI. Segundo a Paramount, que desistiu de um projeto encabeçado por Brad Pitt para realizar o mais rápido possível a aventura do agente americano, as negociações mais promissoras são com o ator George Clooney (Onze Homens e Um Segredo), que quer fazer um filme mais comercial. Cara de sorte, esse Jack Ryan.
O mortal escuro da noite
Em algum momento dos últimos três você deve ter se perguntado o que aconteceu com Brandon Routh, mesmo que o nome do ator americano de quase trinta anos não tenha de fato passado por sua mente. De nome complicado mas rosto familiar, ele foi o homem que assumiu os óculos de Clark Kent e o uniforme do Super-Homem no último filme do personagem em terrenos cinematográficos, o já esquecido Superman – O Retorno, para em seguida desaparecer em papéis coadjuvantes de filmes fracassados comercialmente, inclusive sendo comandado por Kevin Smith no grosseiro e controverso Pagando Bem, que Mal Tem?. O motivo para tal desaparecimento repentino, porém, é esclarecido mais do que facilmente pela demorada e atribulada produção de Dead of Night, adaptação de uma das mais bem-sucedidas séries de quadrinhos da história, com 80 milhões de cópias vendidas em mais de duas décadas desde a primeira edição, lançada no final de 1986. A série em questão é protagonizada pelo detetive Dylan Dog, que segue a tradição dos quadrinhos italianos em mostrar o sobrenatural e o surreal sob o ponto de vista de um personagem ambíguo, que fica no limiar fino entre o herói e o anti-herói. Para se ter uma idéia, a adaptação da série em quadrinhos vem sendo comentada desde o final de 2007, quando Routh se comprometeu a interpretar o protagonista do roteiro assinado pela dupla Joshua Oppenheimer e Thomas Dean Donnelly, os responsáveis por O Som do Trovão e Sahara. Na época, quem estava comprometido a por um pouco de realismo na ação do filme era David Ellis, o homem por trás do suspense quase insuportável do bom Celular – Um Grito de Socorro e da aventura cult do hit virtual Serpentes a Bordo, tudo obedecendo a um orçamento mediano de 35 milhões de dólares. Ou pelo menos era essa a cifra que até abril último, quando a cadeira de direção foi passada para Kevin Munroe, o dono da câmera de Tartarugas Ninja – O Retorno, o desenho animado em três dimensões que fez do grupo de tartarugas mutantes algo, veja só, emocionalmente profundo. As filmagens demoraram quase mais um ano para começar, mas aos poucos o projeto ganhou forma, com o diretor revelando que quer retratar um Dylan no fundo do poço dando a volta por cima, e o elenco sendo completado. A começar pela ironia das ironias, a presença de Sam Huntington interpretando o amigo do protagonista. O ator foi também o homem de apoio de Routh em Superman – O Retorno, onde interpretou o fotógrafo Jimmy Olsen. Ao redor do protagonista, cuja primeira foto foi revelada há poucas semanas, também estarão a islandesa Anita Briem (Viagem ao Centro da Terra), que será o interesse romântico de Dylan, e o eterno vilão de Equilibrium, Taye Diggs, que irá atuar na pele do líder de um bando de vampiros. As filmagens terminaram há pouco tempo, mas Dead of Night não tem previsão de lançamento.
Trio promissor
Há tanta coisa envolvida tanto no negócio quando na arte de fazer cinema, que é sempre melhor pensar duas vezes antes de dizer que um filme foi um fiasco ou um sucesso. Eu Sou a Lenda estreou no final do ano retrasado como mais um remake maldito de um clássico de seu gênero que os estúdios poderosos de Hollywood transformariam em um show de pirotecnia apenas para demonstrar seu poder de fogo digital. Não que tal rótulo estivesse completamente errado, é claro, mas é impossível ignorar o fato de que quando um filme dá a um ator o status de astro-maior de seu meio, tem a seqüência mais cara da história do cinema e ainda consegue pagar seus custos na bilheteria, deixando algumas centenas de milhões de dólares para os cofres do estúdio que o bancou, esse filme não pode ser rotulado como um fracasso. Francis Lawrence, diretor por trás dos demônios e anjos caídos do sombrio e impactante Constantine, de forças aliadas com o carisma sem igual do grande ator que é Will Smith, criou uma espécie de clássico moderno sobre a solidão e a forma como a emoção e o conhecimento podem trazer a tona tudo ou quase tudo aquilo que chamamos de humanidade. Não é exatamente um filme profundo, de forma alguma pode ser chamado de denso, mas é sem dúvida entretenimento com muita gente competente envolvida. O mesmo pode se esperar da nova empreitada da dupla, que ainda se uniu a um dos mais talentosos roteiristas da Hollywood atual para produzir outro show de efeitos com algum conteúdo e muito envolvimento no vindouro The City That Sailed, um dos dois roteiros com a assinatura de Andrew Niccol prestes a entrarem em processo de filmagem. Só para constar para quem não conhece o homem de nome, Niccol começou carreira criando um épico de ficção científica que questionava a própria humanidade em Gattaca, que também dirigiu, e seguiu carreira assinando celebrados textos como O Show de Truman, O Terminal e a dupla Simone e O Senhor das Armas, que marcaram seus retornos ao trabalho por trás das câmeras. Também de passagem não custa lembrar que antes mesmo de The City That Sailed deve ser lançado The Cross, seu retorno a ficção científica e a função de diretor, comandando a história própria sobre um homem em uma sociedade futurista que tenta realizar o sonho de ultrapassar uma linha nunca antes cruzada por seu povo. A mais nova trama desenvolvida pela habilidosa e sempre surpreendente mão do neozelandês, porém, é simplesmente sobre uma garotinha que deseja reencontrar seu pai, um mágico de rua nova-iorquino, após ser separada dele e levada para Londres. É claro que para conseguir seu objetivo a garota sai em busca de uma lendária sala cheia de velas mágicas onde pode fazer pedidos. Quando encontra-a, porém, não consegue pensar em nenhuma circunstância para reencontrar o pai a não ser pedir que Manhattan desmorone e afunde. Com Smith e Lawrence envolvidos, alguém duvida que o recorde de Eu Sou a Lenda vai ser quebrado?
A história de amor de Michael Moore
Hoje o maior popstar entre os documentaristas americanos, Michael Moore surgiu para o mundo, e pouca gente deve se lembrar disso, como um homem comum brigando por uma razão tão pública quanto pessoal no filme Roger & Eu, o relato de sua própria saga para conseguir uma entrevista com o presidente da General Motors Roger Smith, que sem nenhuma explicação havia fechado a fábrica da marca na cidade do diretor, no estado americano de Michigan, e deixado boa parte da população desempregada. Na época, foi um furacão que passou pelos festivais de Berlim, Los Angeles e Toronto, três dos maiores do mundo, como o serviço público cinematográfico do ano e, quem sabe, até da década. Pouco tempo depois e algumas tentativas fracassadas de emplacar na ficção deixadas para trás, Moore chocou o mundo ao expor a predileção americana pela violência com armas de fogo no impressionante Tiros em Columbine, dono indiscutível do Oscar da categoria documental daquele ano, e ainda foi o primeiro a mexer forte na ferida americana mais aberta do século em Fahrenheit 11 de Setembro, uma obra-prima de manipulação que queria mostrar de uma vez por todas o quanto George Bush era um estúpido incompetente para estar no cargo onde ficou por oito anos. Por falar em ataque terrorista, a última explosão do cineasta atende pelo nome de Sicko, foi nominado ao prêmio da Academia e mesmo assim não aportou em terras brasileiras para expor o pouco caso que o governo americano faz de seu sistema de saúde. Sempre de opinião controversa, porém, Moore promete ainda mais polêmica em Capitalism: A Love Story, seu deturpado ponto de vista sobre a crise econômica mundial, fazendo em minúcias os fatores progressivos que levaram a ela, criticando o pacote de medidas do governo e chamando as campanhas de doação a grandes empresas de “o maior roubo da história desse país”. Sempre polêmica, a mais recente declaração de Moore sobre a obra vai além da ironia do esperto teaser lançado antes mesmo do filme ganhar um título. Nas palavras dele: “O filme terá tudo: luxúria, paixão, romance e 14 mil empregos sendo eliminados todos os dias”. Ao que parece, Moore entrevistou trabalhadores da rua mais movimentada da economia americana, a Wall Street, para um dos segmentos centrais da obra e já disse que o filme deve completar uma trilogia sobre o “império americano”, que começa com Tiros em Columbine e passa por Fahrenheit 11 de Setembro. O filme deve estrear em Outubro, um dia antes do lançamento do tal pacote do governo. Obama que se cuide!
Bom, pessoal, e por hoje é isso! Só para compensar o atraso dessas notícias que eu estou reunindo desde anteontem, essa é a maior edição do Boletim em muito tempo! Espero que vocês tenham gostado, tenho tentado colocar as novidades mais interessantes por aqui! Então, por enquanto é isso mesmo… os melhores filmes para todos vocês e até a próxima!
3 comentários:
Boa Quinta !Falowwww
Caio, vc e suas overdoses de informação. Minha cabeça chegou a doer no final do post. rs Mas vou comentar mesmo é sobre o filme ALICE. Eu escolhi para falar dele porque sou muito fã do Tim Burton e cia. Eu to lendo o livro agora. É um negócio do mal. Muito mais violento do que o clássico bonitinho da Disney. É Bizarro no estilo Burton mesmo. É um negócio de morte aqui, assassinatos e cenas não muito convencionais dali... Mas nunca deixa de ser divertido por se tratar da mente de uma criança.
Enfim, parabéns, meu caro!
Valeu! E só pra variar um pouco ótimo post. Mas diminui na próxima. Minha cabeça não aguenta mais ler tanto assim a essa hora. Só li tudo porque sei do seu talento para escrever.
Abração!
vou fazer coro com o renan: Menor pro favor, estou vendo estrelinhas já.
vou de tras pra frente,dispenso michael moore ele pode fazer sucesso, ganhar mil oscars daqui pra frente mas eu evito qualquer coisa ligada a ele. Tá certo criticar seu país dentro do seu país mas fazer isso pro mundo inteiro acho anti patriotico.
entendi que uma menininha afunda manhathan? isso eu vou ver com certeza.
vou anotar sobre os quadrinhos pois achei interessante.
Obrigada por esclarecer o Runaways, estou vendo fotos das filmagens por varios sites por causa da atriz de twilight, nem imaginava sobre o que era.
Dispenso paulo coelho tbm.
Demonios estão na minha lista do "A ver" com certeza não importa se for Megan Fox. Agora sobre Alice, ai, não sei se verei não; Li o livro aos 10 anos, tenho pavor dele.
Please, menor.
Obs.: tenho um selo pra vc no blog. Finalmente.
abraços mil.
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