segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Boletim Cinéfilo - As Notícias do Dia (02/02/2009)

A calmaria (antes da tempestade)

Estamos em tempos de crise econômica mundial, a maior economia do mundo ameaça ir pelo ralo e levar o mundo inteiro atrás dela, era de se esperar que toda a preocupante situação e a tensão internacional afetasse o poder e a voracidade de consumo da sociedade americana. Parece que o óbvio vai ter que esperar, pelo menos para Hollywood. Mesmo com o aumento de 0,11 dólares no ingresso dos cinemas, as salas lotaram nesse primeiro mês do ano, e os bilhetes vendidos ultrapassaram fácil os 100 milhões, 16% a mais que na mesma época do ano passado. Mas isso não é o mais impressionante: a indústria registrou faturamento recorde para apenas um mês nesse janeiro, deixando 2009 marcado como o primeiro ano em que a barreira do 1 bilhão de dólares foi quebrada mais rápido. Os principais responsáveis por isso foram "Segurança de Shopping", comédia estrelada por Kevin James que permanece na liderança da bilheteria e alcançou os 100 milhões em duas semanas, e "Noivas em Guerra", mais uma aventura cômica, que precisou de quatro semanas de exibição para chegar a mesma marca.

E o robô foi a nocaute

O Annie Awards, principal prévia do Oscar em se tratando das categorias de animação, mandou hoje seu recado para a Academia. Concorrendo com filmes mais sérios e considerados mais “artísticos” como o europeu "Valsa com Bashir" e "Wall-e", os votantes preferiram laurear o divertidíssimo "Kung Fu Panda", animação que bateu recordes da bilheteria para a Dreamworks Animation (a mesma dos filmes de "Shrek") e teve uma recepção calorosa entre os críticos. Além da categoria principal, o filme sobre um panda preguiçoso que tenta aprender kung fu foi premiado em outras nove categorias, inclusive Melhor Vídeo-Game e Melhor Curta-Metragem, concedido para o tradicional "Secrets of The Furious Five", incluso nos extras do DVD. Com seus dez troféus, "Kung Fu Panda" bate o recorde da premiação, superando os nove de "Ratatouille", da Pixar. Desde que a categoria foi criada em 2001, o vencedor do Oscar de Melhor Animação vai para o vitorioso do Annie.

Diretor em liqüidação

Talvez seja um julgamento antecipado demais, mas alguém mais consegue imaginar um diretor original e vibrante como M. Night Shyamalan ("Corpo Fechado") na direção de uma adaptação? E ainda fica um pouco pior: o material original é uma aventura épica em desenho animado, uma série tipicamente infanto-juvenil repleta com toques de comédia. Pois é isso que "The Last Airbender", que trocou de nome após o anúncio do "Avatar" de James Cameron, quer fazer funcionar. Pelo menos o diretor parece genuinamente empolgado com o projeto, que ele não apenas dirige como assina o roteiro. Segundo o próprio, seu script é voltado para uma trilogia. Ele declarou recentemente que a trama é “claramente uma história shakespeariana que tem que ser contada em três filmes”. Os primeiros nomes para o elenco foram confirmados ainda no fim do ano passado, quando Jackson Rathbone ("Crepúsculo") ficou com o papel de Sokka e Nicola Peltz ("Um Natal Brilhante") encarnará Katara.

Mais Oscar?


Depois da longa guerra da Academia com Martin Scorsese e o cessar-fogo definitivo selado pelo prêmio por "Os Infiltrados", o grande mestre ítalo-americano segue com seus projetos... altamente oscarizáveis. Antes mesmo do final das filmagens de "Shutter Island", nova parceria do diretor com Leonardo DiCaprio, os arranjos para "Silence", baseado no livro do japonês Shusaku Endo, andam avençando bem rápido. O nome do diretor, aliado a premiada história de missionários portugueses viajando pelo Japão e fazendo justiça na sociedade feudal atraiu logo de uma vez o nome de três astros de alto calibre (e muitos prêmios). Para começar, o imbatível Daniel Day-Lewis, recém-agraciado com sua segunda estatueta por "Sangue Negro", já embarcou no filme, que será sua terceira parceria com Scorsese (depois de "A Era da Inocência" e "Gangues de Nova York"). Outro nome já anunciado é o de Benício Del Toro, laureado por seu desempenho em "Traffic." O terceiro astro ainda não é certeza, mas parece quase impossível que Gael García Bernal, que não tem nenhum Oscar mas com certeza merece um há algum tempo, deixe passar a oportunidade de trabalhar com o diretor.

Incertezas para Tony Stark
Depois de inúmeros (e altamente irresponsáveis) anúncios uma semana atrás, a continuação das aventuras do milionário Tony Stark como o protetor da lei "Homem de Ferro" acaba de transformar em incertezas o que se dava como irrevogável. Embora Robert Downey Jr, Gwyneth Paltrow, Don Chedle (que vai substituir Terrence Howard no papel de James Rhodes) e o diretor Jon Favreau continuem no projeto, dois dos atores anunciados alegaram conflitos de agenda para minar a esperança dos fãs. Para começar, a inglesa Emily Blunt ("O Diabo Veste Prada"), que poderia ser esperança de uma Viúva Negra bem-retratada e inteligente, já tem contrato firmado com a adaptação do clássico da literatura "As Viagens de Gulliver", ao lado de Jack Black. Outro que se retirou cuidadosamente do projeto foi Mickey Rourke, que havia sido contratado para interpretar um dos vilões do filme, mas por um salário incompatível para um astro ressurgido das cinzas e potencial ganhador do Oscar. O anúncio de que o próximo projeto de Rourke seria "Broken Horses", do diretor indiano Vidhu Vinod Chopra, apenas agravou a situação.

Bom, pessoal, e por hoje é só... dia corrido e entediante ao mesmo tempo, vocês nem tem idéia, mas não é para isso que eu estou aqui, consegui entregar a crítica e as notícias diárias e é isso que importa, certo? Bons filmes para vocês e até a próxima!

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá,

Parabens pelo blog.

Bom vou comentar sobre a crise e um pouco sobre o cinema.

Acho que a crise não está como todo mundo pensa que ela está "ninguem comprando mais" empresas mandando funcionarios embora , a desculpa para mandarem embora é a crise , mais senão tivesse essa tal de crise?

Sobre o cinema especialmente sobre animações 3D , que particularmente adora , por que trabalho não diretamente com animação 3D , mais sim com programação , sempre gosto de filmes que são feitos nesse estilo.

O cinema é uma prova que a economia não para não é? se fosse assim ninguem investi em publicidade para os filmes , e a consequencia disso é os cinemas lotados.

Abraços

Murilo de Souza Lopes
www.blogcamposdojordao.com
www.enfasetecnologia.com

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Charles!

Parabéns pelo blog! Um dos melhores que já vi até hoje sobre cinema. Você posta e comenta as notícias com muita segurança e credibilidade. Dos filmes que vc citou, só o "Noivas" que até me despertou um interesse de assistir, mas não no cinema - parece filme de Tela Quente...rs! E o Oscar tá chegando aí!!! O filme do Brad Pit parece que vai faturar tudo, né!

Abraço,

=]

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Anônimo disse...

Gostei do comentario do colega de cima!! Realmente com os cinemas lotados nem parece que estamos em crise! Mas se formos perceber os investimentos nos filmes diminuiram bastante, que eh na verdade um efeito da crise!

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