Boletim Cinéfilo - As Notícias do Dia (09/02/2009)

Vira-casaca

Três filmes, três parcerias, dois papéis. Uma das duplas mais criticamente badaladas da terra do cinema vai consagrar a seqüência de três projetos seguidos juntos e parece que o próximo alvo da parceria Ridley Scott & Russell Crowe, que rendeu os recentes "O Gângster" e "Rede de Mentiras", será a milenar história de Robin Hood, que o britânico pretende recontar sob um ponto de vista diferente em "Nottingham". Como o título denuncia, o filme foge do convencional por ser centrado no Cherife de Nottingham, retratado como vilão em todas as outras encarnações da lenda, mas que agora fará as vezes de herói. Por outro lado, o célebre ladrão troca de lado e se torna o vilão de uma história que promete ser no mínimo interessante. Isso sem contar que será a oportunidade de testar a versatilidade de Crowe, que está escalado para viver ambos os lados da moeda, uma vez que, no roteiro de Ethan Reiff & Cyrus Voris ("Sleepper Cell"), Hood vê seu nêmesis morrer em batalha e assume sua identidade, trazendo a tiracolo a amada Lady Marian. Por falar nela, parece que Cate Blanchett ("Elizabeth") é a candidata mais forte para o papel depois da saída de Sienna Miller ("Stardust").

Um estranho no ninho

Embora seja mais conhecido pela nova geração de cinéfilos como o Professor Lockhart de "Harry Potter e A Câmara Secreta", o irlandês Kenneth Branagh conquistou prestígio mesmo com premiadas versões de clássicos da literatura, sejam shakespearianos ("Muito Barulho por Nada") ou mais populares ("Frankenstein de Mary Shelley"). Mas como costuma acontecer com os astros conceituados que por alguma razão começam a cair ladeira abaixo (os últimos quatro filmes de Branagh nem mesmo chegaram ao Brasil), ele parece ter ampliado sua alçada para adotar um projeto bem mais comercial que suas obras anteriores. O diretor e ator foi direto a um dos filmes mais aguardados pelos fãs de quadrinhos: "O Poderoso Thor", recém-abandonado por Matthew Vaughn ("Stardust"), caiu nas mãos de Branagh depois de uma reunião do cineasta com os produtores da Marvel Studios, que não hesitaram em lhe ceder o cargo maior da produção. Segundo Joe Quesada, chefe do recém-criado estúdio, Branagh “sabia de coisas que nem nós sabíamos” e entendeu o personagem melhor do que qualquer outro diretor. O britânico pode ter um papel no filme, mas já declarou que não pretende interpretar o herói.

Anos ocupados

Às vezes é difícil entender Hollywood. "X-Men: O Confronto Final" não conseguiu repetir o triunfo comercial e crítico dos dois anteriores, foi considerado ambicioso e segmentado demais. A "Hora do Rush 3" também não foi exatamente um grande sucesso, ainda que tenha dividido a crítica quanto a comparação com os anteriores. Ainda assim, Brett Ratner, denominador comum entre os dois na cadeira da direção, não para de arranjar projetos badalados para o futuro. Não contestando o talento dele, é claro. Mas o fato é que seu nome já está atrelado a quatro projetos que prometem fazer barulho. O primeiro é "Mr. S", que conta a trajetória do lendário cantor e ator Frank Sinatra sob o ponto de vista de seu mordomo de longa data, que Chris Tucker já assinou para interpretar. Depois será a vez de "Conan", refilmagem do cult de 1982 com o ilustre governador Arnold Schwarzenegger sobre um conquistador bárbaro. Sem um dia de férias, Ratner sai do épico para a comédia de ação de "Um Tira da Pesada", que ganha um quarto capítulo quinze anos depois do último, dirigido por John Landis ("Um Príncipe em Nova York"). O último (até agora) dessa série seria "Youngblood", baseado em uma série em quadrinhos sobre um grupo de super-heróis bancado pelo governo americano.

Astro tupiniquim
Do lado “terceiro mundo” da América, outro que não consegue parar de filmar é Daniel Filho, um dos poucos cineastas regulares de um país em que é quase impossível conseguir financiamento para cinema. É claro que depois do estrondoso sucesso de "Se eu Fosse Você 2", até mesmo o executivo mais cauteloso do Brasil deve ter percebido que o diretor tem uma marca forte o bastante para garantir uma bilheteria mais alta que a média do país. O próximo projeto do carioca está sendo mantido a sete chaves graças a seu conteúdo potencialmente polêmico, e mesmo com as filmagens já iniciadas, nenhum nome do elenco foi anunciado. "As Vidas de Chico Xavier", cinebiografia do médium mais admirado (e desprezado na mesma medida) do país tem roteiro do talentoso Marcos Bernstein, que já teceu um retrato competente de uma personalidade polêmica em "Zuzu Angel". O filme está planejado para chegar nos cinemas em 02 de Abril do ano que vem, data em que o médium completaria o centenário de seu nascimento.

Bom, pessoal, aí está de volta o Boletim Cinéfilo, ainda que um pouco magro. A verdade é que eu estou guardando algumas notícias para um especial temático que deve aparecer em breve, então vou deixar vocês na expectativa... obrigado por todos os comentários como sempre! Bons filmes para todos vocês e até amanhã!