terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Boletim Cinéfilo - As Notícias do Dia (10/02/2009)

Versatilidade a toda prova

Ele alcançou notoriedade pelo drama biográfico-psicológico "Garota, Interrompida", que rendeu a Angelina Jolie o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Desde então, tem testado a própria versatilidade, nunca repetindo gêneros, jamais lançado mão de clichês e não permitindo que a indústria do cinema o estigmatize. A verdade é que da comédia romântica ("Kate & Leopold") até o faroeste revisionista ("Os Indomáveis"), a discrição e sinceridade que o nova-iorquino James Mangold impõe a sua câmera é encantadora. Um estilo que se encaixaria perfeitamente em um filme humano, técnico mas emocional, centrado mais em reações do que em ações. Um filme de tribunal, por exemplo. Agora que o projeto foi anunciado, é quase uma decepção que não tenha acontecido antes. Embora nem título o filme tenha ainda, a trama já foi revelada: acompanharemos dois irmãos advogados processando uma indústria de petróleo pela morte “acidental” de centenas de funcionários em uma plataforma. O roteiro está por conta da improvável dupla Sasha Jenson & Casey La Scala, que já haviam trabalhado juntos na comédia adolescente "Manobras Radicais", mas nas funções de ator e diretor, respectivamente.

Austen e os zumbis
Dupla curiosa a do título, não? Grotesca, para dizer o mínimo. Tenho certeza que os mais fanáticos por literatura clássica sentem um pequeno enfarte só de ler as duas palavras lado a lado. Recomendo que estes parem de ler essa nota agora mesmo e passem para agradável notícia seguinte. O Filme-Pipoca não se responsabiliza por qualquer problema de saúde. Continua aqui? Tudo bem, se você insiste. Jane Austen, a venerável escritora inglesa de clássicos como "Razão e Sensbilidade", vai ser levada uma vez mais para o cinema, e como não poderia deixar de ser a fonte de inspiração será um livro... pena que não de sua autoria. Seth Grahame-Smith, dono de uma curta carreira como roteirista de comédias televisivas fracassadas, é o ator de "Pride and Prejudice and Zombies", uma sátira nem um pouco respeitosa a obra máxima da autora, cuja última versão cinematográfica rendeu a indicação ao Oscar para Keira Knightley ("Desejo e Reparação"). O sacrilégio nem aportou nas livrarias ainda e já é motivo de briga entre os estúdios de Hollywood, que acredita, é claro, no potencial comercial da obra, que mistura a trama original com uma invasão de zumbis na Londres vitoriana.

Dupla de peso

Dois mestres, dois cineastas dos mais polêmicos, um projeto indie até a medula e uma tragédia grega. A equação tem tudo para ser um dos filmes mais aplaudidos, cultuados e interessantes do futuro. O título já denuncia a dramaticidade da trama: "My Son, My Son, What Have Ye Done" é um filme que remonta um caso real espantosamente parecido com a tragédia do grego Sófocles sobre um homem que mata a própria mãe com uma espada (não confundir com a trajetória da lenda de Édipo). Os cinéfilos que se segurem na cadeira porque o drama será dirigido pelo alemão Werner Herzog ("O Sobrevivente") e produzido pelo sempre polêmico e surrealista David Lynch ("O Homem-Elefante"), provavelmente o responsável por convencer o parceiro a utilizar a câmera digital para as filmagens. Já que usou essa mesma estrutura no recente "Império dos Sonhos", Lynch parece também ser o dono da idéia de contar o filme todo como um grande flashback, mesmo que o roteiro seja creditado apenas a Herzog. O elenco anunciado é que garante o status indie do projeto: Michael Peña ("As Torres Gêmeas"), Brad Dourif ("Deadwood"), Michael Shannon ("Apenas um Sonho"), Willem Dafoe ("Homem-Aranha"), Chloe Sevigny ("Amor Imenso") e o veterano Bill Cobbs ("Uma Noite no Museu") já estão confirmados.

A palavra delas
Não se passa um ano em Hollywood sem que pelo menos uma dezena de astros e estrelas adolescentes surjam do nada para fazer uma série de filmes tão esquecíveis quanto seu efêmero sucesso. Enquanto isso, quem sobrevive ano após ano, ressurge fracasso após fracasso e continua no topo do jogo da terra do cinema é aquele grupo seleto de atores e atrizes cujo talento resiste ao tempo e ao que mais vier pela frente. Indiscutivelmente, Meryl Streep e Michelle Pfeiffer, cada uma a sua medida, fazem parte desse grupo. A primeira, redescoberta recentemente com "O Diabo Veste Prada" e indicada ao Oscar mais uma vez esse ano por sua freira moralista de "Dúvida", deu um show de carisma e inteligência nas coletivas para a divulgação desse último, dizendo que tinha uma “responsabilidade para com cada uma dessas mulheres que represento” e ainda declarando que, apesar das dificuldades, sente-se “eufórica” por continuar trabalhando e interpretando mulheres de sua própria idade. Segundo ela, algum tempo atrás atrizes na sua faixa de idade “interpretavam apenas bruxas”. Também lançando seu mais novo filme, "Chéri", onde interpreta uma cortesã parisiense da década de 20, Michelle adota um discurso parecido: admite que as propostas diminuem com idade, mas diz que “os papéis vão ficando mais interessantes, quanto mais velha você é”. Que elas continuem assim por muito tempo.


Bom, pessoal, e por hoje é só isso mesmo... agradeço a todos pelos comentários como sempre. Aliás, preciso avisar a vocês: absolutamente não falharei com o boletim, mas como minhas aulas recomeçaram, talvez não tenha tempo nem para ver filmes, que dirá escrever críticas! Agradeço pela compreensão desde já. Mas o nosso especial misterioso ainda está de pé... apenas preciso esperar uma certa circunstância para que ele aconteça. Será que algum cinéfilo consegue advinhar? Bons filmes para todos vocês e até a próxima!

2 comentários:

Dual disse...

mto bom o blog..cheio de dicas..

seria legal rolar alguma coisa de series e pahh!

abraço!

Wagner Lopes disse...

Seu blog é muito bom, pra cinefilos como eu! :)
Estou acompanhando