sexta-feira, 3 de abril de 2009

Boletim Cinéfilo – As Notícias do Dia (03/04/2009)

Comendo pelas beiradas

 

Às vezes Hollywood é uma terra de regras e estigmas tão complicados que fica impossível para alguém em sã consciência entender a forma certa de encarar a máquina de fazer filmes (e dinheiro) que é a capital do cinema. Por exemplo, por mais estranho que pareça, ter o nome mais apreciado e citado da esfera cinematográfica nem sempre é sinônimo de fartura de ofertas interessantes. Os irmãos Weitz, que oficialmente só fizeram juntos o remake de “O Céu Pode Esperar” e o drama “Um Grande Garoto”, sabem bem dessa particularidade. Desde então, seguiram carreiras individuais que não exatamente casam com a qualidade de “meteóricas”, mas sem dúvida nenhuma foi o bastante para se garantirem como nomes fortes e estáveis da em Hollywood. Chris, o mais novo, dirigiu a adaptação de “A Bússola Dourada” e já se garantiu no comando do badalado “Lua Nova”, continuação do recém-lançado “Crepúsculo” que deve estrear em novembro desse ano. Já Paul, o mais novo, seguiu a verve mais cômica que demonstrara no começo da carreira e realizou sucessos discretos como “Tudo Pela Fama”. Agora, fortalecido pela estabilidade, ele acaba de completar o ambicioso “Cirque du Freak”, adaptação do romance juvenil de Darren Shan estrelada por um garoto (Josh Hutcherson) que se vê em meio a uma confusão envolvendo um circo de aberrações e um parente transformado em vampiro. Ainda na fase de início de divulgações da fantasia, Paul também está cotado para dirigir a nova continuação da série “Entrando Numa Fria”, depois do diretor dos dois primeiros, Jay Roach (“Austin Powers”), se envolver em um projeto com Steve Carell (“Agente 86”). Dos astros da série original, o retorno de Ben Stiller (“Trovão Tropical”), Robert DeNiro (“As Duas Faces da Lei”) e Owen Wilson (“Marley & Eu”) estão garantidos. A terceira parte da “saga”, intitulada em inglês como “Little Fockers”, deve envolver a apresentação do filho do casal de protagonistas para a família. Logo depois da comédia, Weitz deve se aventurar pelo pessimismo sarcástico do livro “Another Bullshit Night in Suck City”, sobre um assistente social (Casey Affleck) e o seu pai desaparecido (DeNiro de novo).

Plebiscito nos cinemas

Interatividade é a palavra que precisa acompanhar qualquer filme com ambição de se tornar sucesso na virtual época que estamos vivendo. Uma obra se torna mais prazerosa de conferir depois de meses e meses envolvido de alguma forma com sua construção e estruturação. Seja acompanhando diários virtuais de diretores e atores, participando das profícuas propagandas virais que viraram a mais nova moda ou mesmo tentando descobrir algum segredo escondido a sete chaves sobre determinada produção, é na Internet que todo esse processo toma mais sentido e efetividade. Pode parecer um absurdo para os produtores mais conservadores, mas liberar aos poucos coisas sobre as obras a virem nos próximos meses para os internautas e blogueiros por aí dissecarem é parte fundamental hoje da engrenagem de fazer o sucesso de um filme. O boca-a-boca ficou para trás e se transformou no post-a-post que vive se espalhando pela comunidade internauta no Brasil e no mundo. Precisando de uma modernização há algum tempo, o cinema brasileiro encontrou sua primeira e bem-vinda inovação na forma de Laís Bodanzky, uma das cineastas mais prestigiadas da nova geração, seja pela histeria de “Bicho de Sete Cabeças” ou pela calmaria de “Chega de Saudade”. O fato é que, para seu próximo projeto, a adaptação de uma popular série de livros de Gilberto Dimerstein e Heloisa Prieto sobre um grupo de adolescentes que se envolvem com as descobertas mais surpreendentes da vida e se vê obrigado a lidar com dilemas como amor, sucesso e preconceito, teve o título escolhido pelo público. Através de uma votação no site brasileiro da Warner Bros, o votante teve que escolher entre cinco opções. Entre “Agora é Minha Vez”, “Escolha a Alternativa Certa”, “Mundo Livre”, “Ovelha Negra”, “Um Cara Chamado Mano” e “As Melhores Coisas do Mundo”, os votantes preferiram o último para dar um cabeçalho mais contundente a trama. As filmagens do longa, cujo elenco ainda não foi anunciado, devem começar no final de Abril e a estréia está prevista para o início de 2010.

A rainha da cantoria

Em 2001, numa curva espantosamente crescente na carreira e cada vez mais apreciada pelo lado artístico de seu trabalho, Nicole Kidman fez um filme que a definiu sem dúvida alguma como estrela de grandeza maior e, sem exageros, a melhor atriz de sua geração. O nome desse filme era “Moulin Rouge! – Amor em Vermelho”, um musical apaixonante de emoções a flor da pele e puro deleite visual. A direção estilosa e a forma ambiciosa de filmar de Baz Luhrmann (“Romeu + Julieta”) iluminando cada fotograma e músicas clássicas entoadas com pura elegância por um elenco fora de série fizeram de toda a opulência que exalava de cada segundo de película um acessório de luxo para uma trama emocionante e inesquecível. E em seguida, para a estrela, veio o Oscar tardio concedido por “As Horas”, e o resto da história todos já conhecem. Nicole entrou em decadência de bilheteria e qualidade de produções, ensaiando de tempos em tempos um renascimento e em seguida caindo em desgraça novamente com naufrágios como “Mulheres Perfeitas” e “A Bússola Dourada”. O que fazer então quando você está tentando se reerguer definitivamente? Voltar ao gênero que o levou para o topo, é claro. Como de burra não tem nada, a ainda lindíssima Nicole acaba de embarcar em dois potenciais grandes sucessos baseados em peças igualmente bem-sucedidas da Broadway. O primeiro, “Nine”, deve sair ainda esse ano e pretende recontar o clássico “Oito e Meio” de Fellini em formato musical com um grande elenco que inclui, além de Nicole, gente oscarizada como Daniel Day-Lewis (“Sangue Negro”), Marion Cotillard (“Piaf”), Penélope Cruz (“Vicky Christina Barcelona”), Judi Dench (“Shakespeare Apaixonado”) e até a veterana Sophia Loren (“Prêt-a-Porter”). Sob a direção de Rob Marshall (“Chicago”), a constelação listada acima deve aportar no cinema ainda em Novembro deste ano. Para um pouco mais adiante, Nicole já sincronizou sua agenda para filmar “Rabbit Hole”, drama familiar que promete se tornar o musical mais desafiador dos últimos tempos. Ao lado de Aaron Eckhart (“Obrigado por Fumar”), ela interpretará em canções a história de um casal que passa por uma crise emocional após a morte do filho e busca a felicidade em um mundo de fantasia como o de “Alice no País das Maravilhas” (daí o título, “toca do coelho”). A direção é de John Cameron Mitchell (“Shotbus”) e o filme deve ser lançado no final do próximo ano.

Bom, gente, e por hoje é só… nem posso falar muito porque já estou atrasado… enfim, como sempre obrigado a todos os comentários e os melhores filmes para todoso vocês! Até amanhã!

2 comentários:

Léo disse...

E ai Caio fazia tempo que nao vinha aqui, cara teu blog continua otimo, não é a toa que é um dos melhores.

sucesso brother

http://eitavidameu.blogspot.com/

Byers disse...

E ai Caio.

Então! tava esperando vc dizer que tava com o rascunho na mão, rs.

Sou meio paranoico com esse lance de deixar e-mail vagando por ae.

:) binho_byers@hotmail.com

Aposto que se o artigo sai no mesmo nipe dos posts do seu blog, o artigo sobre cinema vai arrebentar!

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