Risos de recuperação
Nada como um par de comédias românticas modestas e surpreendentes para ressuscitar astros que caíram no esquecimento. Que o diga Kevin Costner, que protagonizou uma série considerável delas para se recuperar do grave escorregão em “O Mensageiro” e agora promete voltar ao topo atrás e na frente das câmeras com o melancólico “The One”. Se funcionou para ele depois de dez anos na segunda divisão de astros de Hollywood, nada impede que também dê certo para Diane Keaton e Jeff Goldblum. Ela, já vinda de uma série de escolhas cômicas equivocadas que incluíram o subestimado “Loucas Por Amor, Viciadas em Dinheiro” e o modesto “Amor em Dose Dupla”, promete voltar a cena em “Morning Glory”, primeiro filme de Roger Michell depois de ressurgir com o depressivo “Vênus”. Afastado do gênero que o revelou desde “Um Lugar Chamado Nothing Hill”, o sul-africano escalou a ex-musa de Woody Allen para dividir as câmeras com Harrison Ford (“Firewall”) como sua companheira na bancada de um telejornal com audiência em queda drástica. Ele, que custou mas aprendeu a não se repetir, se despirá do carisma de herói para viver um sujeito egocêntrico e grosseiro que a produtora do tal jornal é obrigada a contratar graças a queda no Ibope. Produzida por J.J. Abrams (“Star Trek”) e escrita por Aline Brosh McKenna (“O Diabo Veste Prada”), a comédia deve contar com a estrela adolescente mais esperta da atualidade, Rachel McAdams (“Tudo em Família”) como a protagonista e acaba de escalar o sumido Jeff Goldblum (“Parque dos Dinossauros”) como seu chefe intransigente. Outra que tenta se recuperar com uma produção do gênero é Jennifer Garner, que desapareceu do cinema depois do fim de “Alias” e do fracasso de “Pegar e Largar”, onde vivia a história de uma mulher que tenta superar a morte do marido. Em “Butter”, o cônjuge continua bem vivo, mas se aposentou após uma brilhante carreira como escultor de manteiga (acredite, isso existe). Tentando defender a honra e o posto do marido, Garner entra em uma competição para tentar bater o jovem prodígio da modalidade, um órfão obcecado por figuras estranhas e perturbadoras. Soa clichê? Melhor esperar para ver.
A caixa de Newell
Cada diretor tem a caixa que merece. Mestre do terror na literatura e no cinema, Clive Barker debutou na direção e no roteiro adaptando a própria novela em 1987, com o ultra-violento “Hellraiser”, um escândalo para a época e um clássico para os futuros admiradores do gênero. Na trama, um homem comum resolvia o enigma de uma caixa parecida com um cubo mágico, mas com conseqüências bem mais drásticas: tratava-se de uma porta para o sado masoquista inferno imaginado por Barker. Em tom mais diferente impossível e já no início do nosso século, em 2003, Bo Welch, desenhista de produção em filmes como “Homens de Preto” e “Lobo”, estreou comandando as câmeras para revelar a fantasia do escritor infantil Dr. Seuss no divertido “O Gato” estrelado por um maquiado Mike Myers (“O Guru do Amor”). Era de uma caixa colorida e trancada a sete chaves que a tal criatura saía para divertir as crianças solitárias de uma casa psicodélica. Com bem mais prestígio e reconhecimento geral que os dois e versátil como só ele, o inglês Mike Newell pretende se recuperar do relativo fracasso de “O Amor nos Tempos de Cólera” através da fantasia literária de “Box of Delights”. Assim que terminar de filmar a adaptação do vídeo-game “Prince of Persia” estrelada por Jake Gyllenhaal (“Soldado Anônimo”), o diretor deve embarcar na missão de trazer a vida o tomo infanto-juvenil de John Masefield, um dos mais respeitados escritores de fantasia da primeira metade do século passado. Praticamente pioneiro em seqüências para o gênero, Masefield publicou “Box of Delights” como uma continuação um tanto desconexa para seu “The Midnight Folk”. Publicado originalmente em 1935 com o subtítulo de “When the Wolves Were Running”, o tomo narrava a jornada de Kay Harker, um adolescente voltando para casa depois da passagem pela escola interna que de repente se vê as voltas com a épica batalha pela possessão de uma caixa que permite viagens no tempo. Ao que parece, a adaptação deve ser elaborada por Frank Cottrell Boyce, que tem no currículo “Caiu do Céu”, de Danny Boyle (“Quem Quer Ser um Milionário?”), por si só uma fábula moderna estrelada por crianças.
Heresia!
Em 1969, o faroeste estava no auge da popularidade e a fase que hoje chamamos de “western clássico” passava por seu momento de maior e melhor produção. Seja nas novas investidas de John Wayne (“Rastros de Ódio”) ou na mania de Velho Oeste que atingia até os diretores mais experientes e antigos desafetos do gênero, a verdade era que filmes com tiros, roubos e chapéus de cowboy eram o que havia de mais excitante na produção hollywoodiana e assim seria ainda por algum tempo até o cinema marginal dos anos 70 surgir com força máxima. Nesse cenário, surgiu o clássico dos clássicos do gênero. Ao som de “Raindrops Keep Fallin’ on My Head”, Robert Redford (“Três Dias de Condor”) e Paul Newman (“A Cor do Dinheiro”) roubaram e saquearam bancos com gosto e brilho sob a direção inspirada de George Roy Hill (“Um Pequeno Romance”) no clássico absoluto e incontestável “Butch Cassidy and the Sundance Kid”, conhecido apenas pelo primeiro nome nas terras brasileiras. O barulho da obra foi tanto que chegou a tomar de assalto a festa do Oscar, que historicamente não aprecia filmes de western, angariando quatro prêmios e outras três indicações, incluindo melhor filme e melhor diretor para Hill. Comentada desde 2006, a refilmagem do clássico tinha no elenco a dupla de amigos Matt Damon (“O Ultimato Bourne”) e Ben Affleck (“Medo da Verdade”), mas o projeto não decolou após a declaração pública de desprezo de Redford, que se disse “deprimido“ com a possibilidade do remake. Três anos para se recuperar do golpe depois, o projeto voltou a voga com o sucesso das mais recentes investidas do gênero, como “Onde os Fracos Não Tem Vez” dos Irmãos Coen (“Queime Depois de Ler”) e “Os Indomáveis” de James Mangold (“Johnny & June”). A dupla da vez cotada para substituir os insubstituíveis (e eu não estou sendo irônico aqui, perceba) é ainda mais absurda. Tom Cruise, em voga com “Operação Valquíria”, assumiria o papel de Redford e John Travolta (“Hairspray”) seria o protagonista e substituto de Newman. Ainda bem, as notícias ainda não foram confirmadas e nenhum outro nome foi anunciado.
Bom, pessoal, e por hoje é só isso mesmo… não tive muito tempo para preparar as notícias hoje, portanto é bem provável que amanhã tenhamos algumas a mais, certo? E se preparem pois estou matutando uma nova seção aqui para o blog e uma regularidade maior para a parte de Filmografias. Mas esperem o fim-de-semana chegar… Bom, então agora só me resta desejar os melhores filmes sempre para vocês e dizer até amanhã!
2 comentários:
Cara na a ver remakarem o filme do faroeste que eu esqueci o nome agora.É um classico do cinema, eu nao assisti, mas imagina se regravassem cantando na chuva, a noviça rebelde, cidadão kane.Nao pode.
Alguns clássicos não podem ser refilmados.
Abraço!
http://eu-amo-a-ey.blogspot.com/
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