terça-feira, 14 de abril de 2009

Boletim Cinéfilo – As Notícias do Dia (14/04/2009)

Femme fatale

 

Projetos malditos não faltam em Hollywood. Pode ser que o roteiro seja ousado demais para os padrões dos grandes estúdios ou represente uma polêmica grande demais para a mente estreita dos executivos. Ou então pode se tratar de uma adaptação complicada de uma obra muito importante que povoa o imaginário popular de forma incontestável e poderia resultar em um desastre irrecuperável se tratado com pouco cuidado. Em resumo, projeto maldito no dicionário hollywoodiano é todo aquele que envolvem riscos para a conta bancária do produtor. Curiosamente, “Sin City 2” não deveria se encaixar nessa categoria. Lançada em 2005, a adaptação do clássico noir dos quadrinhos escrito e desenhado por Frank Miller (“The Spirit”) ganhou o respeito da crítica graças a fidelidade rígida do diretor Robert Rodriguez (“Pequenos Espiões”) e se garantiu nas bilheterias contra o modesto orçamento de 40 milhões de dólares. Comentada desde o lançamento do original, a continuação já passou por tantos rumores e momentos de decisão que aos poucos vai ganhando o status que não deveria ter dentro da terra do cinema. Ainda no ano do lançamento do primeiro filme, as notícias diziam que o próximo arco de histórias a ser filmado seria “A Dama Fatal”, que trazia de volta um dos protagonistas da segmentada trama anterior, o perturbado fotógrafo Dwight McCarthy, que ganhou a face de Clive Owen (“Rei Arthur”) na tela do cinema. Ainda na fase detetivesca, o personagem é surpreendido quando uma ex-namorada lhe aparece confessando amor eterno e pedindo urgente ajuda contra uma perigosa gangue da cidade do pecado. Outros que assinaram para retornar a seus papéis foram Mickey Rourke (“O Lutador”), que deve o início de sua ressurreição ao violento Marv do primeiro filme, Jessica Alba (“Quarteto Fantástico”) para uma história inédita até nos quadrinhos da dançarina Nancy, Brittany Murphy (“Recém-Casados”), Michael Clarke Duncan (“À Espera de Um Milagre”), Devon Aoki (“A Era da Escuridão”) e Rosario Dawson (“O Balconista 2”), que retornam para assistir o protagonista em mais uma violenta encruzilhada como a vista na história base do filme anterior. De acordo com Miller, também co-roteirista e co-diretor do filme baseado em sua obra, o roteiro da continuação está pronto desde o início de 2006. Rumores de que a gravidez de Angelina Jolie (“Garota, Interrompida”) estariam atrasando a produção da continuação incitaram os fãs a acreditar que a atriz incorporaria a dama fatal do título, mas a confirmação só veio mesmo depois de uma série de rumores absurdos que nem merecem serem descritos. De verdadeiro, apenas uma participação especial de Antonio Banderas (“A Lenda do Zorro”) e os progressivos adiamentos para o começo das filmagens, que primeiro foram anunciadas para Abril do ano passado.

Depois do ultimato

 

Jason Bourne é imortal. Se a franquia precisava de um verdadeiro Ultimato depois do espetacular capítulo final da história coordenada por Paul Greengrass (“Vôo United 93”) e estrelada por um compenetrado Matt Damon (“Gênio Indomável”), aí está. Depois de sobreviver a uma deliciosa e surpreendente queda e reascender as esperanças dos fãs no último momento, Bourne deve retornar para balançar o coreto dos recentes filmes de espionagem calcados em seu estilo realista tirado diretamente da obra do escritor Robert Ludlum, agora alvo preferencial de futuras adaptações como “O Protocolo Sigma”, que pode colidir com uma quarta parte da franquia em 2011. Os acertos vem sendo feitos desde o final do “ano de Bourne” que foi 2007, quando o produtor Frank Marshall (“Aracnofobia”) constatou o óbvio ao declarar que “existem apenas três livros escritos por Ludlum” e ainda acrescentou o de sempre ao dizer que “adoraria continuar a franquia, mas precisamos de uma boa história para isso”. Em meio a greve dos roteiristas na época, demorou para o projeto do quarto filme do espião sem identidade ganhar seu escritor definitivo. Apenas no final do ano seguinte, quando todos os ânimos da greve estavam devidamente acalmados e os estragos aos poucos começavam a ser reparados que George Nolfi, um dos responsáveis pelo script do terceiro capítulo da série e dono de outros créditos como “Linha do Tempo” e “Sentinela”, embarcou para desenvolver a nova trama. O trabalho foi um pouco atravancado com algumas complicações alguns meses depois, quando a Universal suspendeu o desenvolvimento de todas as obras baseadas no escritor para lutar na justiça pela exclusividade de sua extensa bibliografia. A vitória do estúdio arrancou, por exemplo, “O Círculo Matarese” da MGM e “The Chancellor Manuscript” da Paramount, onde eram desenvolvidos, e trouxe sob sua guarda. Com o caminho livre para finalizar o trabalho, Nolfi agilizou o ritmo e pretende entregar sua primeira versão da nova história em junho. Enquanto isso, o estúdio se prepara para bancar a aventura e o diretor Greengrass já assinou contrato para continuar dando vida as aventuras de espião com seu estilo caótico que se encaixa muito bem as tramas cheias de viagens internacionais do espião, a ser interpretado mais uma vez por Damon. O produtor Marshall recentemente animou os fãs brasileiros ao dizer que visualiza Bourne vivendo uma perseguição pela América do Sul.

O casal mais engraçado da história

Os candidatos ao posto não são poucos com as comédias de casais explodindo por aí em Hollywood, mas alguém duvida que a dupla de choque leve o topo do pódio? Ele, Steve Carell, um dos comediantes mais contemporâneos e competentes da terra do cinema, um homem que já provou ser tanto uma fábrica de risos cínicos (“The Office”) quanto um poço de sinceridade capaz de emocionar com facilidade impressionante (“Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada”). Ela, por outro lado, é muito provavelmente a verdadeira revelação maior do gênero no nosso século. Tina Fey é linda, hilária em seus textos venenosos e a um tempo cheios de inocência, uma atriz hipnotizante na tela e alguém capaz de provocar emoções conflitantes como poucas atrizes na atualidade. Ela já mostrou sua veia romântica em “Uma Mãe Para o Meu Bebê” e ao mesmo tempo é um oásis de inteligência e sensibilidade no humor grosseiro que anda fazendo sucesso ultimamente na terra do cinema. Os dois, juntos e casados, estão em “Date Night”, que ainda tem o bônus de ser escrito por um dos homens responsáveis pela trilogia “Shrek” e a direção do homem que nos fez rir com a ingenuidade de “Uma Noite no Museu”. Josh Klausner entregou sua primeira versão do script e logo virou notícia com a adesão do casal e do diretor Shaw Levy a idéia, em agosto do ano passado. Marcado para ser filmado no intervalo de compromissos televisivos dos dois protagonistas e esperado ansiosamente pelos fãs do gênero, o filme aos poucos foi ganhando um estrelado e de certa forma inusitado elenco de apoio. De uma vez só, quatro nomes respeitáveis dentro do jogo. Mark Wahlberg (“Max Payne”) tenta se recuperar de uma série de fracassos e deve apostar pela primeira vez na comédia como um paranóico chefe de segurança que flerta com Fey sem saber que ela é casada. Ao lado dele, James Franco (“Homem-Aranha”) encarna um criminoso pouco inteligente, mesmo tipo que se tornou sucesso com seu rosto na comédia de ação “Segurando as Pontas”. Além da dupla de astros, a recém-indicada ao Oscar Taraji P. Henson (“Benjamin Button”) deve ser a única amiga do casal a enxergar uma potencial ameaça rondando seus encontros noturnos, provavelmente representada pelo rapper Common (“O Procurado”), cujo personagem foi descrito apenas como “o vilão do filme”. Tudo isso deve chegar aos cinemas apenas ano que vem.

Rent com andróides

Em 2005, a Broadway foi para Hollywood mais uma vez com o pouco notado musical “Rent”, primeiro filme comandado por Chris Columbus (“Esqueceram de Mim”) depois dos dois primeiros capítulos da série “Harry Potter”. Na trama, um grupo de oito jovens descobriam a vida e os prazeres dela no cenário de uma Nova York em ebulição no final da década de 1980. Estrelado por nomes como Rosario Dawson (“Sin City”) e Taye Diggs (“Equilibrium”), o filme, grande acontecimento para os fãs de musicais teatrais por ser a adaptação de um dos maiores sucessos do gênero, passou em branco pelas bilheterias americanas e chegou diretamente em vídeo para o Brasil. A crítica se dividiu ante a obra, mas o estúdio não teve pena de cortar o filme de Columbus dos cinemas de boa parte do mundo e renegá-lo a um futuro de esquecimento. Agora, menos de meia década depois, Hollywood prepara uma trama tão similar que é impossível não esperar o mesmo resultado. A diferença por enquanto? Na direção o nome passa longe de estar com a popularidade em baixa. De fato, nunca antes o clipeiro McG (“As Panteras”) se viu tão prestigiado. Depois de dirigir e causar alguma polêmica com o mais que esperado e cada vez mais espetacular “O Exterminador do Futuro 4”, o americano deve encarar uma trinca de super-produções. Primeiro, o spin-off de “A Liga Extraordinária” centrado na figura quase mitológica do Capitão Nemo, provavelmente mais próximo do idealizado por Júlio Verne do que aquele que foi visto no filme de 2003. Depois, o thriller de espionagem “Dead Spy Running”, adaptação de um livro que ainda nem chegou as prateleiras a ser roteirizada por Stephen Gaghan (“Syriana”). E, enfim, depois da maratona, o diretor essencialmente adrenalinesco deve tentar diminuir o ritmo para o musical “Spring Awakening”. Baseado em uma obra seminal de Frank Wedekind (“Lulu”), o musical se tornou sucesso instantâneo nos palcos e está em cartaz desde 2006, quando ganhou nada menos que oito prêmios Tony, o Oscar do teatro. A trama, veja só, trata de um grupo de jovens descobrindo os prazeres da vida e se deparando com mais questões que respostas. Algo de familiar? Pelo menos a nova história é passada no fim do século XIX. Ainda sem um estúdio para bancá-lo, McG buscou refugio na Warner, que se mostrou interessada no projeto.

Bom, pessoal, e por hoje é só isso. Grandes notícias e em uma quantidade até maior que o usual, hein? Bom dia, hoje. Mas enfim, queria agradecer a todos os comentário e ao apoio a idéia do blog, que é manter todos em dia quanto as novidades do cinema. Enfim, orbigado a todos e até amanhã! Os melhores filmes para todos vocês sempre!

3 comentários:

Rachel Mecenas disse...

Ótimo blog, vc escreve muito bem!!!
Beijos

Erich Pontoldio disse...

Ja não gostei do sin city 1 qto mais do 2......a trilogia Bourne é fantástica, tenho os dvds em casa.

Unknown disse...

Pois é, o Bourne realmente será imortal, afinal, os filmes são mto bons!