A volta do Capitão
Parecia o fim de uma trilogia. Com as pontas amarradas e diversão para dar e vender, “Piratas do Caribe – No Fim do Mundo” passou como um furacão em um ano cheio deles para deixar-nos a última dose da graça conquistadora do Capitão Jack Sparrow. É claro, como Jerry Bruckheimer (“A Lenda do Tesouro Perdido”) é o produtor mais esperto de Hollywood, nada como um gancho dos grandes no final para deixar um pouco de expectativa no ar e a promessa de outras centenas de milhões de dólares nas contas dos envolvidos na produção. A verdade é que o público ainda não se cansou das nuances exageradas da interpretação de Johnny Depp (“Sweeney Todd”) para o adorável pirata, e poucas vezes uma mobilização tão grande foi vista em torno de uma continuação que, oficialmente, não deveria existir. Mas quem resiste a retomar a aventura? Depp, um confesso fã de seu personagem, já embarcou no projeto de “Piratas do Caribe 4” e uma série de outros boatos tem rodado em torno do retorno do franquia. As primeiras notícias davam conta do óbvio: a história seria mais centrada em Sparrow do que em Elizabeth e Will, e mostraria a busca do pirata pela fonte da juventude e, adiante, pela cidade perdida de Atlantis. Depois, veio um rumor de que a Disney estaria apostando no quarto “Piratas do Caribe” para 2011. Depois do polêmico acerto de Depp com o estúdio, que envolveria o salário mais alto jamais pago a um ator (56 milhões contra os 50 amealhados por Tom Hanks para “Anjos e Demônios”), quem se pronunciou foi Keira Knightley (“Orgulho e Preconceito”), interprete da donzela Elizabeth Swann nos três primeiros filmes, que disse que a seqüência não estava em seus planos. A rebatida do estúdio do Mickey? De fato, Elizabeth e Will não estariam no novo roteiro. A desconfiança dos fãs começou a ser aplacada quando o anúncio e posterior confirmação do comediante Russell Brand (“Ressaca de Amor”) foi liberada com a bombástica notícia de que o ator seria o intérprete do irmão do Capitão Jack. Em contrapartida, o leme de todo o barco da franquia, o diretor Gore Verbinski (“O Sol de Cada Manhã”) anunciou que não está envolvido com a quarta parte das aventuras. Nas palavras dele: “Foi ótimo levar Piratas do Caribe aos cinemas e estou grato ao Jerry e toda a equipe de produção. Espero que nos encontremos de novo no futuro”.
Quadrinhos sombrios
Apesar do recente e agitado namoro com o cinema, as histórias em quadrinhos nunca foram a forma de arte que mais dialogassem com suas companheiras. Enquanto músicos se tornavam atores e até diretores a todo momento, demorou um pouco para que o status quo da arte seqüencial a permitisse parcerias mais ousadas sem arriscar toda uma linha de venda. Há alguns anos, por exemplo, soaria estranho o caso de Michael Straczynski, prestigiado roteirista de quadrinhos que já trabalhava há algum tempo em séries de TV mas só foi permitido de migrar para a grande tela no ano passado, em grande estilo com “A Troca” de Clint Eastwood (“Menina de Ouro”). Agora, veja só que ironia, ele está envolvido na roteirização do filme-solo do personagem de quadrinhos Surfista Prateado. O processo inverso fez Gerard Way, mais conhecido do público como o vocalista da popular banda emo-gótica (sem preconceitos, por favor) My Chemical Romance. Desde 2002 na ativa com a banda, Way foi parar na arte dos quadrinhos como roteirista de uma série que ganhou um prestígio no mínimo inesperado. Premiada com o Eisner (o Oscar dos quadrinhos) de melhor série limitada, “The Umbrella Academy” conquistou tanto pela soturna escrita de Way quanto pela arte detalhista e fiel ao clima da obra do brasileiro Gabriel Bá, conhecido por aqui pela fanzine “10 Pãezinhos” ao lado do amigo Fábio Moon. Publicada em seis volumes a partir de Setembro de 2007 em edições mensais, a série narrava a trama de um grupo de jovens com habilidade especiais que haviam recebido a missão de salvar o mundo e contavam com um alienígena disfarçado como intérprete de idiomas para treiná-los. Após a morte do mentor e muitos anos atirados aos próprios destinos, os heróis se reencontram e resolvem retomar a jornada de onde pararam enquanto o mundo desaba aos poucos a volta deles. Como não é nem um pouco burra, Hollywood esperou que o sucesso esperado se concretizasse e os planos de um segundo arco de histórias, também roteirizado por Way, surgissem para enfim anunciar que pretende trazer a trama para os cinemas. O responsável pela missão de traduzir o texto do vocalista? Mark Bomback, que decepcionou recentemente com “A Lista” mas parece querer voltar a boa forma de filmes como “Duro de Matar 4.0”. A primeira estância, “The Umbrella Academy” deve chegar as salas de projeção em 2012.
Importado por Bollywood
A mania indiana anda tão em voga no cinema, nas telenovelas e até na música que poucos ainda se lembram nas deficiências graves do cinema de Bollywood. Para começar, a distorção de culturas por lá é tão grande que as cenas filmadas no Brasil para a superprodução “Dhom: 2” mereciam um processo por qualquer que seja a acusação pertinente. Isso sem contar que o agente secreto hindu vem para o Rio de Janeiro para capturar um fugitivo da lei e se mete em favelas tão estereotipadas que é impossível não espumar de raiva e deixar toda a diversão de lado por um protesto mais do que devido. Ainda mais grave que a violação de culturas, porém, é o gravíssimo problema de plágio que vive ganhando os jornais e revistas especializados. Só para citar um exemplo, o filme de gângster britânico “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”, estréia de Guy Ritchie (“RocknRolla”) na direção, ganhou uma “homenagem” caprichada da terra do cinema Oriental. A produção indiana copiava toda a trama, traduzia ao pé da letra quase todos os diálogos e até alguns ângulos de câmera usados por Ritchie. Se o diretor deixou passar o caso ou nem mesmo tomou conhecimento dele, a Warner não pretende fazer o mesmo e já disse que está disposta a lutar com unhas e dentes na justiça caso os recentes planos de uma produção de Bollywood “inspirada” na fábula “O Curioso Caso de Benjamin Button” seja concretizada. O filme de David Fincher (“Seven”), que saiu da festa do Oscar 2009 com três prêmios técnicos nas mãos, é a história muito particular e original de um homem que nasce velho e começa a rejuvenescer com o passar dos anos. A narrativa idílica do roteiro de Eric Roth (“Forrest Gump”) conquista tão rápido e gera uma espécie de paixão tão instantânea que mesmo as deficiências nas outras áreas da produção passam batidas até do espectador mais atento e relutante. A declaração revoltada do estúdio aconteceu depois que uma revista especializada em filmes indianos anunciou que a estrela Aishwarya Rai (“Provoked”) iria atuar em “Action Replay”, a história de um homem que rejuvenesce ao invés de envelhecer. A polêmica só aumentou com as declarações de sites especializados dizendo que o longa nem se parecia tanto com a produção americana. O diretor, é claro, endossou as contestações a atitude da Warner e disse que nunca havia assistido “O Curioso Caso de Benjamin Button”. O estúdio tem um caso longo com Bollywood, que já incluiu dois processos por plágio, um pela cópia de “Jerry Maguire” e outra pela franquia “Harry Potter”, caso que ficou bem famoso pela recusa do Tribunal de Nova Delhi.
Olimpo no cinema
Entra ano e sai ano, e cada vez mais Hollywood é obrigada a apelar para produções de orçamento gigantesco e ambição no mínimo inflada para atrair o público. Se a terra do cinema ainda não entendeu que a bola da vez é a simplicidade, pelo menos no meio do caminho ganharemos refilmagens das quais falar mal. Eu sei, ficou meio deprimente, mas para quem não teve a oportunidade de acompanhar a batalha divina orquestrada pelo diretor Desmond Davis (“O Signo dos Quatro”) no clássico/cult “Fúria de Titãs” em 1981, a experiência de ver figuras poderosas da mitologia grega dividindo a tela na pele de gente famosa e talentosa sem dúvida nenhuma merece ser assistida. Alvo tanto de críticas pesadas quanto de elogios rasgados, o original trazia gente da mais alta estirpe como Orson Welles (“Cidadão Kane”), Maggie Smith (“Harry Potter”) e Ursula Andress (“Dr. No”) encarnando as divindades dos tempos gregos Zeus, Thetis e Afrodite. No filme roteirizado pelo desconhecido Beverley Cross, o tom era dado por diálogos teatrais e interpretações próximas da caricatura combinadas com um retrato charmoso da jornada de Perseus, filho do todo-poderoso Zeus, para salvar a Princesa Andrômeda da ameaça da monstruosa Medusa. Agora, tudo isso promete ser jogado para escanteio em prol de uma abordagem mais, digamos assim, hollywoodiana da história. O script do remake, sendo escrito por Lawrence Kasdan, sem trabalho desde o fracassado “O Apanhador de Sonhos”, deve trazer adrenalina para a trama, que pelo menos não parece ter sido atualizada de uma forma bizarra para os tempos atuais. O cenário ainda é a Grécia clássica e o Olimpo ainda vive seus momentos de maior glória com os deuses olhando tudo pelo alto e vigiando cada passo dos meros mortais ao mesmo tempo em que se sentem estranhamente atraídos a eles. No papel do protagonista, Perseu, filho do deus-maior Zeus, está o ascendente Sam Worthington (“Morte Súbita”), que também participa do quarto “Exterminador do Futuro”, a ser lançado em Junho. Ao lado dele, os nomes anunciados chegam a impressionar. Primeiro, dois advindos da série do espião James Bond. Gemma Arterton, que foi bondgirl coadjuvante no último da série, “Quantum of Solace”, será a semideusa Io, por quem o protagonista é perdidamente apaixonado, uma personagem que não figurava na lista do clássico de 1981. Além dela, Mads Mikkelsen, intérprete do vilão Le Chiffre em “Cassino Royale”, embarcou na produção como um dos líderes da guarda pessoal de Perseus, o habilidoso lutador Draco. Mais recentes são os anúncios de Liam Neeson (“Busca Implacável”) no papel de Zeus e Ralph Fiennes (“O Leitor”) como Hades, deus da morte e da guerra, uma espécie de equivalente grego mais interessante ao Diabo católico. A constelação listada aí em cima descansa sob o comando do francês Louis Letterier (“O Incrível Hulk”) e deve aportar nos cinemas em Março de 2010.
Bom, pessoal, por hoje é só isso mesmo… Notícias um pouco mais interessantes hoje, especialmente para os fãs de Jack Sparrow e quadrinhos… Mas enfim, queria agradever a todos os comentários e desejar os melhores filmes sempre para todos vocês! Até amanhã!
4 comentários:
YEAHHHHHHHHHHHHH
JACK SPARRROWWWWWWWW
i love it.
cara, estou muuito ansioso para o piratas 4..
quero assistir, e sempre deverá ter continuação.
um ator tão espetacular como JD, merecia um personagem a altura.
né?
:)
abração !
Tô ansioso para assistir Anjos e Demonios. Já li o livro, quero só ver como vai ficar o filme.
Abraço!
http://eu-amo-a-ey.blogspot.com/
nao sei se o piratas 4 vai ser bom mesmo ou só para arrecadar mais dinheiro... e qto aos quadrinhos, parece ficar interessante :)
Adorei, mas vamos lá:
Fiquei muito animado com a volta do Jack Sparrow. Sou fã do Jhonny Depp. Adoro todos os trabalhos dele e em especial o pirata mais louco e carismático que já apareceu. Eu adorei o primeiro piratas do caribe, o segundo foi bom, mas o terceiro foi uma forçação de barra que me deixou com raiva. Pelo menos os JAck salvava o filme. Que bom que terá continuação. POr mim pode existir pra sempre. rs
Quadrinhos. Eu amo quadrinhos. Americanos e, principalmente japoneses. Alan moore que não gosta muito de Hollywood. rs Eu adoro ele. rs Por exemplo, acho que o único super-herói que conseguiu fazer um excelente trabalho foi Batman. O roteiro dos dois novos filmes são ótimos e tudo nele é bom. X-men, homem aranha e cia foram legais, mas ninguém chegou a ser tão bom quanto o homem morcego.
Em relação a esses plágios, pra mim isso é novidade. Não sabia dessas coisas. Se Bolywood quiser, eu faço uns roteiros pra eles. rsrs Odeio esteriotipação (não gosto nem da palavra rs). É ridiculo isso. Imagino as cenas nas favelas. Se bem que a novela das 8 tbm deve estar fazendo algo parecido só que com o lado deles, né? Eu nunca vi essa novela, mas como é novela... rs
Por fim, falando dos deuses... Eu amo mitologia grega porque fui influenciado por cavaleiros do Zodíaco. rs Gosto muito de esturdar mitologias, me inspira para escrever de forma mais ousada. É muito bom para a nossa evolução cultural. Acho que as histórias relacionadas à mitologia que realmente gostei foi Cavaleiros, God of War (game), A Odisséia (filme) e o desenho do hércules. ah... só uma correção o deus do submundo é Hades e da guerra é Ares.
Caio, o texto está ótimo. Descobri um monte de coisa nova. Tenho que te linkar lá no melhor opiniao. Só descobri agora que não tinha vc lá. Um sacrilégio. Enfim, valeu! Continua assim garoto!
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